Netanyahu diz que matar liderança do Hamas no Qatar eliminaria obstáculo para fim da guerra em Gaza

Uma image de notas de 20 reais

Imagem gerada por IA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, defendeu neste sábado (13) sua decisão de atacar uma reunião do Hamas em Doha, no Qatar, na última terça-feira (9), dizendo que eliminar a liderança da facção encerraria a guerra na Faixa de Gaza. O ataque não matou o alto escalão do grupo terrorista.

“Os chefes terroristas do Hamas vivendo no Qatar não se importam com as pessoas em Gaza. Eles bloquearam todas as tentativas de cessar-fogo com o objetivo de prolongar a guerra indefinidamente. Se livrar deles removeria o principal obstáculo para libertar os reféns e encerrar a guerra”, escreveu Netanyahu, em inglês, no X.

O ataque inédito de Israel contra o Qatar foi condenado pelos principais aliados europeus de Tel Aviv, incluindo Reino Unido, França e Alemanha. O governo Donald Trump, por sua vez, se limitou a dizer que havia sido informado sobre o ataque e fez demonstrações de apoio ao Qatar, importante aliado americano no Oriente Médio e onde fica a maior base aérea dos EUA na região.

A decisão de Netanyahu sofreu resistência dos serviços de inteligência israelenses. Uma reportagem do jornal britânico Financial Times relata que a Mossad, a agência de espionagem externa de Israel, se recusou a executar um plano de assassinar os líderes do Hamas com agentes em terra no Qatar por temer que isso rompesse sua relação com Doha. A liderança do grupo terrorista palestino está hospedada na capital da monarquia árabe, que atua como mediadora de conversas de cessar-fogo entre a facção, Tel Aviv e Washington.

O ataque também levou a novas críticas feitas por familiares de reféns israelenses ainda em poder do Hamas na Faixa de Gaza. “Essa semana vimos o desastre do primeiro-ministro, que apostou com a vida dos reféns e tentou eliminar o time de negociadores do Hamas durante conversas para libertar nossos filhos”, disse Einav Zangauker, mãe do refém Matan.

“Mas não foi o Hamas que Netanyahu tentou matar -foi a chance das famílias de recuperar nossos entes queridos. Foi nossa esperança, como cidadãos, de viver vidas normais, nosso sionismo e o futuro do nosso Estado”, afirmou Einav.

“Um louco, junto com um bando de malucos chamado de gabinete do primeiro-ministro, decidiu fazer tudo em seu poder para matar meu filho Eitan”, disse Itzik Horn, outro familiar de um dos reféns em Gaza.

Neste sábado, bombardeios israelenses contra a Cidade de Gaza mataram pelo menos 40 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas. A operação de Israel para ocupar a região já deslocou pelo menos 280 mil pessoas, informou o próprio Exército israelense. Cerca de 700 mil ainda se encontram na cidade, a maior da Faixa de Gaza.

MAIS LIDAS

Voltar ao topo