São Paulo, 22 de agosto de 2025 – O número 2 do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos foiforçado a deixar o cargo após desagradar o presidente Donald Trump e entrar em atrito com aliadospróximos a ele, segundo pessoas a par do assunto. As informações são da agência de notíciasDow Jones.
Michael Faulkender, vice-secretário do Tesouro, deixou a administração nesta semana depois queTrump foi convencido de que ele não estava alinhado com a visão geral para o segundo mandato. Opresidente também foi aconselhado de que Faulkender estaria excessivamente associado às posiçõesdo ex-secretário do Tesouro Steven Mnuchin, a quem Trump criticou recentemente por tê-loincentivado a nomear Jerome Powell como presidente do Federal Reserve – alvo frequente de críticasdo republicano nos últimos meses.
Faulkender foi secretário-assistente de política econômica no Tesouro durante o mandato deMnuchin na primeira gestão Trump. Enquanto o ex-presidente esteve fora do cargo, ele integrou oAmerica First Policy Institute, think tank criado em 2021 e alinhado ao trumpismo.
Confirmado pelo Senado em março, Faulkender comandava as operações diárias do Tesouro comovice-secretário. Sua saída marca mais um capítulo turbulento no departamento e deixa uma funçãocrucial vaga.
O Tesouro não explicou a razão oficial da saída. Em comunicado, o secretário do Tesouro ScottBessent agradeceu a dedicação e serviço de Faulkender, destacando sua atuação em sançõeseconômicas e nas leis fiscais e de criptomoedas assinadas por Trump neste ano. Bessent disse aindaque o ex-vice teve papel fundamental na execução da ousada agenda econômica do presidente.
Faulkender não respondeu a pedidos de comentário. Um porta-voz da Casa Branca disse que Trumppermanece focado em montar a equipe de comércio e economia mais experiente da história moderna.
Segundo fontes, quase um mês atrás Trump começou a discutir com auxiliares e conselheirosexternos sua crescente insatisfação com Faulkender. Ele foi informado de que o vice-secretárioestava em confronto com o então comissário da Receita Federal (IRS), Billy Long, aliado de Trump,sobre como gerir a agência após Long assumir oficialmente o cargo em junho.
À medida que crescia o descontentamento, Trump passou a pressionar Bessent para colocar Faulkenderem licença administrativa, com a meta de demiti-lo. Nesta semana, após nova manifestação deTrump, Bessent informou a Faulkender que seu tempo no órgão havia terminado. Ele renunciou naquinta-feira.
Professor de finanças da Universidade de Maryland, Faulkender trabalhou no Tesouro na primeiragestão Trump, ajudando a coordenar a resposta econômica à pandemia.
Desta vez, liderou a equipe de transição focada no Tesouro e trabalhou em políticas tributáriasincorporadas à lei fiscal e orçamentária sancionada em julho. Também apoiou a aprovação dachamada Lei Genius, que estabeleceu regras de supervisão para stablecoins, um tipo de criptoativo.
Faulkender atuou como comissário interino do IRS antes da posse de Long e buscava manterinfluência sobre a condução da agência sob o novo comando, o que gerou atritos, segundo fontes.Ele deixou claro à Casa Branca que não concordava com a forma como Long administrava a Receita.
Trump removeu Long do comando do IRS no início de agosto e nomeou Bessent como chefe interino.Long, o sexto comissário da agência somente neste ano, deve assumir o posto de embaixador naIslândia. Ele não comentou o assunto.
A aliada de Trump e estrategista política Laura Loomer comentou sobre a saída de Faulkender emsuas redes sociais na noite de quinta-feira.
Darlan de Azevedo – darlan.azevedo@cma.com.br (Safras News)
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