SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) comentou neste sábado (31) o bloqueio do X pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Para o candidato, a derrubada da rede social representa censura. “A gente sai da lista dos países da real democracia. É para lamentar.”
A declaração, alinhada às críticas feitas por bolsonaristas sobre o bloqueio do X, foi dada durante uma visita do prefeito ao bairro Jardim das Flores, na zona sul de São Paulo.
“A censura é sempre algo que vai em desencontro à nossa democracia. O Brasil entra agora como o sétimo colocado numa lista de países que acabaram excluindo o X. Não podemos concordar de forma nenhuma. A gente preza pela democracia, pela liberdade de expressão”, disse Nunes.
Nunes vem sendo cobrado por aliados de Jair Bolsonaro a defender de forma mais firme as ideias do grupo. Ele deve participar de um ato com o ex-presidente no próximo dia 7 em protesto contra Moraes.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), disse que “o ex-presidiário Lula da Silva” estava “apoiando a censura ditatorial”. “Há um conluio de desejos entre o poderoso establishment em Brasília.”
Nikolas Ferreira, deputado federal pelo PL de Minas Gerais, foi na mesma linha. “Querem transformar o Brasil em outra ditadura comunista, mas não vamos recuar.”
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) escreveu que “prejudicar 20 milhões de usuários da rede social X não é compatível com o regime de um país liberal e democrático”.
A rede social X, o antigo Twitter, saiu do ar no Brasil em diversos dispositivos, neste sábado (31), após a empresa não indicar um representante legal no país.
A decisão vale até que todas as ordens judiciais proferidas por Moraes relacionadas à ferramenta sejam cumpridas.
ALIANÇA TÍMIDA
Nunes trouxe Bolsonaro, seu aliado, para a campanha televisiva desta sexta-feira (30) de maneira discreta. O ex-presidente apareceu apenas durante a exibição do jingle do candidato do MDB, em vídeo que também mostra Bruno Covas e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Indagado neste sábado sobre a participação de Bolsonaro na eleição, Nunes quis deixar claro seu próprio protagonismo como candidato.
“O plano é que o candidato sou eu, quem tem que aparecer sou eu. Quando ele [Bolsonaro] foi presidente, fez o melhor acordo da história da cidade, eliminando a dívida de 25 bilhões. Agora, o foco da eleição é 15, sou eu”, finalizou.