RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Entidades representativas do setor de combustíveis declararam apoio à operação Carbono Oculto deflagrada nesta quinta-feira (28) para investigar a ação do PCC (Primeiro Comando da Capital) nesse mercado.
“O combate às práticas ilícitas é fundamental para proteger consumidores, garantir a arrecadação de tributos, fortalecer a confiança dos investidores e assegurar um ambiente de negócios transparente, que valorize empresas idôneas e inovadoras”, afirmaram, em nota.
O texto é assinado pelas associações Bioenergia Brasil, ICL (Instituto Combustível Legal), Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) e Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia.
“A operação, que dá continuidade a outras medidas já executadas pelo governo paulista como a responsabilidade solidária dos postos de combustíveis garante a ordem e a segurança necessárias aos cidadãos de bem”, continuam as entidades.
As ações de distribuidoras de combustível registram forte alta nesta quinta-feira após a operação. Às 12h15, as ações da Ultrapar (dona dos postos Ipiranga) subiam 7,31%, acompanhadas por altas de 5,66% e 5,01% nos papéis da Raízen e Vibra Energia (maior distribuidora de combustíveis do Brasil), respectivamente.
A operação mirou mais de 350 alvos, pessoas físicas e jurídicas que são suspeitos de crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato.
Os agentes foram a campo em oito estados São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.
Segundo as investigações, o PCC praticamente sequestrou o setor de combustíveis. A avaliação das autoridades é que quem quiser entrar nesse mercado fazendo tudo certo não tem condições de concorrer e sobreviver.
Também em nota, o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás) disse que “a escala e a complexidade das atividades ilícitas reveladas que incluem lavagem de dinheiro, fraudes fiscais, adulteração de produtos e a manipulação de estruturas do mercado financeiro expõem uma ameaça que transcende a concorrência desleal”.
“Trata-se de um risco sistêmico à integridade da economia formal, que corrói a confiança de investidores, expõe o consumidor a produtos de péssima qualidade e, mais grave, utiliza a capilaridade do setor de combustíveis para financiar outras atividades criminosas”, disse a diretora executiva de Downstream do instituto, Ana Mandelli.