São Paulo, 21 de agosto de 2025 – Uma operação da Polícia Federal (PF) prendeu ao menos 14pessoas, na manhã desta quinta-feira (21), envolvidas em um esquema criminoso que criou mais de 330empresas de fachada para disfarçar fraudes bancárias. O prejuízo provocado ao sistema financeironacional é estimado em R$ 110 milhões. As informações são da Agência Brasil.
Cerca de 140 policiais federais participam da segunda fase da Operação Oasis 14, que teve aprimeira ação em 2024. Ao todo, foram expedidos 26 mandados de prisão e 28 de busca e apreensãoem oito municípios do estado do Rio – a maioria na região metropolitana da capital e um em SãoPaulo.
A investigação começou em maio de 2024 e conta com o apoio da Corregedoria e da CentralizadoraNacional de Segurança e Prevenção à Fraude da Caixa Econômica Federal. Na primeira fase daoperação, policiais federais encontraram inúmeras maquininhas de pagamento e inúmeros cartõesbancários.
Fachadas e laranjas
A quadrilha operava, de acordo com a Polícia Federal, um esquema sofisticado, que contava com ascentenas de empresas de fachada, seis funcionários da Caixa e quatro de instituições bancáriasprivadas. Pessoas de baixa renda eram utilizadas como laranjas para o uso de dados pessoais visandoocultar bens ou transações de terceiros. As empresas eram constituídas por sócios fantasmas.
O esquema criminoso incluía simulação de movimentações financeiras e uso de imóveis reais comofachada para empresas fictícias, além da abertura de contas e concessão de empréstimos comauxílio dos bancários integrantes da organização criminosa descreve a Polícia Federal.
Com o apoio da Caixa, os investigadores identificaram cerca de 200 operações de créditofraudulentas, somando pelo menos R$ 33 milhões de prejuízo somente para a Caixa.
Arma de fogo
Durante as buscas na residência de um dos alvos da operação, em São Pedro da Aldeia, Região dosLagos do estado do Rio, os policiais encontraram um revólver com seis munições. Além da prisãopor força do mandado judicial, o homem foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Além do crime de organização criminosa, os investigados responderão por estelionato qualificado,crime contra o sistema financeiro, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Osnomes dos envolvidos nos crimes não foram divulgados.
Caixa
Por meio de nota enviada à Agência Brasil, a Caixa esclareceu que monitora ininterruptamenteprodutos, serviços e transações bancárias para identificar e investigar casos suspeitos.
Quando identifica indícios de ilícitos, atua conjuntamente com os órgãos de segurança públicanas investigações e operações que combatem as ocorrências, diz a nota. As informaçõesrelativas a tais casos são consideradas sigilosas e repassadas exclusivamente à Polícia Federal edemais órgãos competentes para análise e investigação, acrescenta.
O banco diz, ainda, que aperfeiçoa, continuamente, os critérios de segurança de acesso a seusaplicativos e movimentações financeiras, acompanhando as melhores práticas de mercado e asevoluções necessárias ao observar a maneira de operar de fraudadores e golpistas.