BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A oposição bolsonarista levou ao Senado o ex-assessor do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Eduardo Tagliaferro, que trabalhou com Alexandre de Moraes, para uma audiência no mesmo horário da primeira sessão de julgamento de Jair Bolsonaro (PL).
Aliados do ex-presidente dizem que Tagliaferro tem documentos e trocas de mensagens preservadas da época em que foi auxiliar de Moraes na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no TSE, durante o período eleitoral de 2022.
Tagliaferro participa, por chamada de vídeo, de uma audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O ex-assessor acusa Moraes de perseguir políticos de direita e restringir a liberdade de expressão pela derrubada de publicações e perfis das redes sociais.
Tagliaferro se mudou para a Itália após ser alvo de investigação da Polícia Federal. Ele acabou indiciado em abril deste ano sob suspeita de ter violado o sigilo funcional envolvendo informações sobre procedimentos adotados no gabinete de Moraes.
O inquérito foi aberto, sob sigilo, após a Folha de S.Paulo revelar em agosto do ano passado que o gabinete de Moraes no Supremo ordenou, por mensagens e de forma não oficial, a produção de relatórios pelo TSE para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news na corte em 2022.
À época, o gabinete de Moraes disse em nota que todos os procedimentos relatados na reportagem eram “oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República”.
Desde que se mudou para a Itália, Tagliaferro passou a utilizar as redes sociais para fazer oposição a Moraes e ao governo Lula (PT). Mais recentemente, se uniu ao blogueiro Allan dos Santos foragido da Justiça brasileira desde 2021, quando o ministro decretou sua prisão preventiva no âmbito do inquérito das fake news.