SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse nesta quarta-feira (13) que outros setores podem seguir o acordo sem precedentes de dar ao governo dos EUA 15% da receita das vendas de alguns chips de semicondutores avançados para a China, e rejeitou preocupações com a segurança nacional.
“Acho que, com o tempo, poderemos ver isso em outros setores. Acho que, no momento, isso é único. Mas agora que temos o modelo e o teste beta, por que não expandi-lo?”, afirmou o secretário à Bloomberg Television em entrevista realizada nesta manhã, fazendo eco aos comentários da Casa Branca na véspera.
“Não há preocupações com a segurança nacional aqui. Não venderíamos nenhum dos chips avançados”, acrescentou Bessent.
A Nvidia e AMD concordam em repassar 15% da receita com vendas de chips na China ao governo dos Estados Unidos, como parte de um acordo incomum com o governo Trump para obter licenças de exportação dos semicondutores.
As duas fabricantes de chips concordaram com esse acordo financeiro como condição para obter as licenças de exportação para o mercado chinês, que foram concedidas na semana passada, segundo pessoas familiarizadas com a situação, incluindo um funcionário do governo dos EUA, ouvidas pelo Financial Times.
O ex-negociador comercial dos EUA Stephen Olson alertou para o perigo do acordo. “O que estamos vendo é, na verdade, a monetização da política comercial dos EUA, na qual empresas americanas devem pagar ao governo dos EUA pela permissão de exportar. Se esse for o caso, entramos em um mundo novo e perigoso”, comentou em entrevista à Bloomberg.