Padilha diz ser "ato covarde" cancelamento de vistos da filha e esposa pelos EUA

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São Paulo, 15 de agosto de 2025 – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou como “atocovarde” o cancelamento dos vistos de sua esposa e filha pelos Estados Unidos. O ministro está como visto vencido desde 2024, portanto, não é passível de cancelamento. As informações são daAgência Brasil.

De acordo com Padilha, ele soube da sanção a partir de uma mensagem enviada pela esposa, já que oministro cumpre hoje (15) agenda de compromissos em Pernambuco.

Padilha questiona o fato de o governo de Trump ter aplicado uma sanção a sua filha, de 10 anos, ecritica Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está vivendo nos EstadosUnidos. Eduardo têm articulado com integrantes do governo norte-americano sanções ao Brasil, comoforma de pressionar o país, em especial o Supremo Tribunal Federal (STF), para que seu pai nãoseja julgado por tentativa de golpe de Estado.

“As pessoas que fazem isso e o clã Bolsonaro, que orquestra isso, têm que explicar. Não para mim,nem só para o Brasil, mas para o mundo inteiro: qual o risco de uma criança de 10 anos de idadepode ter para o governo americano?”, disse em entrevista nesta sexta-feira (15) à Globonews.

“Estou absolutamente indignado. É uma atitude de covardia”, acrescentou.

Padilha afirmou ainda que o filho de Bolsonaro e aliados montaram “um verdadeiro escritório dolobby da traição nos Estados Unidos”.

Nesta semana, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou os vistos de funcionários dogoverno brasileiro ligados à implementação do programa Mais Médicos. Foram cancelados os vistosde Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério daSaúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais da pasta e atualcoordenador-geral para 30 Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025(COP30).

Em comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, justifica que os servidoresteriam contribuído para um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” por meiodo Mais Médicos.

Padilha era ministro da Saúde quando o Mais Médicos foi criado, no governo da ex-presidente DilmaRousseff, em 2013. O programa atende regiões remotas e com escassez desses profissionais. De 2013até 2018, médicos cubanos participaram do programa por meio de cooperação com a OrganizaçãoPan-Americana da Saúde (Opas).

“Minha filha sequer tinha nascido quando eu criei o programa Mais Médicos, com muito orgulho. Eucriei com muito orgulho”, afirmou.

O ministro disse que atualmente não há nenhuma parceria do Brasil com médicos cubanos. Porém,outros países mantêm parcerias com esses profissionais e citou a Itália, ressaltando que aprimeira-ministra Giorgia Meloni é aliada de Trump.

“Qual é a explicação para não ter qualquer tipo de sanção, qualquer crítica a esses outrospaíses [que continuam com a parceria com os médicos cubanos]. Vem fazer uma sanção aqui noBrasil contra servidores brasileiros, contra a família do ministro da Saúde, contra uma criançade 10 anos, sendo que a gente não tem mais parceria com médicos cubanos”, questionou Padilha.

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