São Paulo, 22 de julho de 2025 – A China iniciou a construção daquela que será a maior usinahidrelétrica do mundo, localizada no limite oriental do planalto tibetano, ao longo do rio YarlungZangbo. O projeto, oficialmente anunciado pelo premiê Li Qiang, tem um investimento previsto depelo menos US$ 170 bilhões e deverá contar com cinco estações de energia em cascata. Essainiciativa, considerada a mais ambiciosa do país desde a Usina das Três Gargantas, chamouatenção dos mercados financeiros chineses, impulsionando ações e títulos ligados àconstrução e engenharia.
O empreendimento promete uma geração anual de 300 bilhões de quilowatt-hora de eletricidade,volume equivalente ao que o Reino Unido consumiu em um ano. Um dos trechos do rio apresenta umaqueda de 2.000 metros em 50km, revelando alto potencial hidrelétrico. O governo chinês argumentaque a usina atenderá à demanda energética do Tibete e de outras regiões sem causar grandesimpactos ambientais ou prejudicar o suprimento de água para os países vizinhos, com início dasoperações previsto para a década de 2030.
Contudo, India e Bangladesh manifestaram preocupações quanto aos possíveis efeitos sobremilhões de pessoas que vivem rio abaixo, já que o Yarlung Zangbo se converte no rio Brahmaputra aodeixar o Tibete e atravessar parte desses países. ONGs e ambientalistas alertam para o risco dedanos irreversíveis em um dos ecossistemas mais ricos e diversos da região. Ainda não está claroo número de pessoas que podem ser desalojadas devido ao projeto, ampliando as incertezas sobreimpactos sociais e ambientais.
Sob o ponto de vista econômico, o anúncio movimentou os índices do mercado, com grandesempresas do setor de engenharia, como Power Construction Corporation of China e Arcplus Group PLC,atingindo os limites de alta diária em suas ações, além de valorizações expressivas emcompanhias de equipamentos de túneis, monitoramento e materiais de construção. Analistas destacamque projetos hidrelétricos maduros costumam oferecer retornos estáveis, mas alertam parapossíveis supervalorizações em meio à euforia do mercado.
O projeto é visto como uma alavanca para impulsionar o crescimento econômico chinês diante doenfraquecimento de outros setores. O governo destaca o compromisso com a preservação ambiental,afirmando que esforços especiais serão feitos para evitar danos ecológicos. Mesmo assim, paísesvizinhos receiam pelo abastecimento e segurança hídrica regional, enquanto autoridades indianasalertam que a barragem, a apenas 50km da fronteira, pode afetar drasticamente o volume de água eaté inundar partes dos estados indianos próximos.
Com informações da Reuters.
Vanessa Zampronho / Safras News
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