Partidos com ministérios deram quase 60% dos votos em aprovação de urgência para anistia

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Partidos que comandam ministérios do governo Lula (PT) foram responsáveis por 58% dos votos que levaram à aprovação do requerimento de urgência de projeto que anistia os condenados pelos atos golpistas.

Republicanos, PP e União Brasil tiveram mais de 80% da bancada na Câmara favorável ao texto. PSD e MDB também registraram votos pela aprovação do texto que acelera a tramitação da proposta.

No total, 311 deputados foram favoráveis ao requerimento de urgência, sendo que 181 são de partidos com ministros no governo Lula (PT). Foram 163 votos contra e 7 abstenções.

A aprovação da urgência é uma derrota para o governo Lula e leva o tema da anistia diretamente para o plenário, sem passar por comissões. Os parlamentares discutirão, a partir de agora, se aprovarão um perdão amplo, que envolva até o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ou um projeto para reduzir as penas, como negociado nos bastidores com alas do STF (Supremo Tribunal Federal).

Dos partidos que integram o governo Lula, PT, PSB, PDT, Psol, PC do B e Rede não tiveram votos a favor da urgência.

Uma das legendas mais próximas do presidente, o MDB ficou divido, com metade da bancada favorável –21 votos. Outros 14 deputados foram contrários, ainda houve 2

abstenções e cinco parlamentares que não votaram.

A orientação do governo era de impedir o avanço desse tema. Como a Folha mostrou, parlamentares foram alertados de que o Executivo poderá rever indicações de cargos na estrutura federal de quem apoiasse o texto.

Além disso, a avaliação entre aliados de Lula é que a aprovação da anistia representaria uma vitória para o governo Donald Trump, que iniciou uma ofensiva contra o país num criticar o julgamento de Bolsonaro.

A articulação para destravar a votação da urgência em plenário envolveu lideranças de partidos do centrão e ganhou tração com movimentações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que viajou a Brasília para se reunir com autoridades e pressionar o presidente da Casa, seu correligionário.

O PSD, de Gilberto Kassab, teve 28 votos favoráveis à urgência, equivalentes a 62,2% da bancada na Câmara. O partido entregou 12 votos contra o texto, sendo a maioria de parlamentares do Ceará, Bahia e Piauí, onde o partido tem alianças com o PT. O líder da bancada, Antônio Brito (BA), faltou.

No União Brasil, entre os seis votos contrários à urgência está o ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho (MA).

Antes de iniciar a sessão, Motta disse que o Brasil precisa de pacificação e que caberia ao plenário decidir, diante de “visões distintas e interesses divergentes sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023”.

Ele afirmou que, caso fosse aprovada a urgência, um relator seria nomeado para que a Câmara pudesse chegar, “o mais rápido possível”, a um texto substitutivo que encontrasse apoio da maioria da Casa.

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