São Paulo, 16 de setembro de 2025 – O PL oficializou, nesta terça-feira (16), o deputado federalEduardo Bolsonaro (PL-SP) como o novo líder da Minoria na Câmara dos Deputados. O bloco fazoposição à base de apoio ao governo. A deputada Caroline de Toni (PL-SC), que era titular desteposto, renunciou em favor do filho do ex-presidente, assumindo como primeira vice-líder. Naprática, ela continuará representando a bancada nas votações em plenário diante da ausência deEduardo. As informações são da Agência Brasil.
A manobra tem o objetivo de evitar que Eduardo Bolsonaro, que chegou a se licenciar do mandato entremarço e julho deste ano, para morar nos Estados Unidos, onde vive desde então, seja cassado porfaltas em sessões deliberativas. Ele não registra presença em votações da Casa há mais de doismeses e poderia perder o mandato de forma automática a partir do ano que vem.
Eduardo Bolsonaro é o principal responsável pela articulação de sanções do governo de DonaldTrump contra o Brasil, em vigor desde agosto. A iniciativa busca reverter o resultado do julgamentodo Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a mais de27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático deDireito e outros três delitos.
Segundo o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), a decisão foi adotada com base em umapermissão em vigor desde 2015, a partir de decisão da Mesa Diretora da Câmara, que isentaintegrantes da direção e líderes partidários de justificar ausência e registro de presença empainel eletrônico de votações.
“Desde 5 março de 2015, esse ato da Mesa está valendo. E valendo deste ato da Mesa que a deputadaCarol de Toni faz este singelo ato [normativo] ao nosso guerreiro, deputado Eduardo Bolsonaro, queé sabido de todos, está exilado nos Estados Unidos para lutar contra injustiças contra suafamília”, afirmou Cavalcante em coletiva de imprensa ao lado de outros líderes da legenda, noSalão Verde da Câmara. A nomeação de Eduardo, segundo ele, já foi encaminhada ao presidente daCâmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A exceção de faltas para líderes partidários mencionada por Sóstenes Cavalcante consta emresolução assinada pelo então presidente da Câmara dos Deputados em 2015, Eduardo Cunha(MDB-RJ).
“Estamos protegendo sim o Eduardo Bolsonaro naquilo que estiver a nosso alcance, porque ele estáexercendo o seu mandato, só está à distância por uma vontade que não é dele”, admitiu adeputada Carol de Toni, após renunciar ao posto em favor do correligionário.
Reação
Do lado governista, a reação contra a manobra em favor de Eduardo Bolsonaro já está sendopreparada. De acordo com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), a “medida é um absurdo”e deve ensejar ações no Plenário da Câmara, na própria Mesa Diretora e até no Judiciário.
Na semana passada, o líder da bancada petista já havia feito uma representação criminal no STFem que pede a prisão preventiva do deputado Eduardo Bolsonaro, além do bloqueio imediato desalários e verbas parlamentares pagos irregularmente ao parlamentar que se encontra há mesesausente do país. O fundamento é justamente o lobby de Eduardo em favor das sançõesnorte-americanas sobre exportações brasileiras para fazer pressão contra o julgamento do pai.