São Paulo, 28 de julho de 2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar astarifas de 50% dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros, que entram em vigor na próximasexta-feira (1). Segundo o presidente, em dois anos de governo, ele se reuniu com governos daÁfrica e da Ásia, com União Europeia, India, China e Estados Unidos, e foram abertos 398 novosmercados para as exportações brasileiras.
“Temos muita coisa para vender lá fora. A relação do Brasil com os EUA é muito séria. Eu esperoque o presidente Donald Trump reflita sobre a importância do Brasil. Se tem divergência, sentamosao redor de uma mesa de negociação e se discute as diferenças, mas não de maneira abrupta eindividual de tomar a decisão de tarifar o Brasil em 50%. Não temos contencioso com ninguém.Queremos negociar, fazer negócios”, apontou o presidente durante a cerimônia de inauguração daUsina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ). O empreendimento integrao maior parque de geração a gás natural da América Latina com 3 gigawatts (GW) de capacidadeinstalada.
MINERAIS CRITICOS
Lula também comentou sobre a importância dos minerais críticos e terras raras para o Brasil.”Estamos construindo uma parceria dentro do governo, com a criação de uma comissão especial parafazer um levantamento para conhecer as nossas riquezas. Hoje conhecemos apenas 30% dessas riquezas.O povo brasileiro tem o direito de usufruir dessas riquezas. E essa exploração só acontecerá coma permissão do governo e do povo brasileiro”, explicou o presidente.
Atualmente há um Projeto de Lei 2780/2024 em tramitação no Congresso, que institui a PolíticaNacional de Minerais Críticos e Estratégicos (PNMCE) e cria o Comitê de Minerais Críticos eEstratégicos (CMCE), com o que objetivo de fomentar a pesquisa, lavra e transformaçãosustentável desses minerais por meio de incentivos fiscais e aduaneiros para o setor, incluindoisenções tributárias e extensão de benefícios existentes, promoção do desenvolvimento daindústria e cadeia produtiva relacionada, posicionando o país como fornecedor relevante para atransição energética global, e articulação entre entes federativos para promover odesenvolvimento sustentável nas regiões de exploração mineral.
Os minerais críticos são recursos minerais essenciais para setores estratégicos, como tecnologia,defesa e transição energética, cuja oferta está sujeita a riscos de escassez ou dependência depoucos fornecedores. Eles incluem elementos como lítio, cobalto, níquel e terras raras,fundamentais para baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares esemicondutores. Sua importância reside na viabilização de inovações tecnológicas e energiasrenováveis, sendo essenciais para reduzir a pegada de carbono e garantir a segurança econômica egeopolítica diante da crescente demanda global por sustentabilidade e digitalização.
BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem-se envolvido em iniciativas quepriorizam minerais como cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, molibdênio, nióbio,níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco, além de minério deterras raras, entre outros. Minerais fundamentais para a fertilidade do solo também estão no rolde elementos abrangidos em ações do banco.
Com esse foco, o BNDES lançou no ano passado o FIP em Minerais Estratégicos. Em parceria com aVale, a iniciativa tem estimativa de mobilizar R$ 1 bilhão. Os recursos poderão ser investidos emcerca de 20 empresas júniores e de médio porte que atuem em pesquisa mineral, desenvolvimento eimplantação de novas minas de minerais estratégicos no Brasil. O BNDES por meio da subsidiáriaBNDES Participações S.A. (BNDESPAR) e a Vale subscreverão cotas no valor mínimo de R$ 100milhões e máximo de R$ 250 milhões cada, observado o percentual máximo de participaçãoindividual de 25% no capital comprometido total do Fundo.
Em janeiro deste ano, o BNDES, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),realizou uma chamada pública voltada a investimentos em transformação de minerais estratégicos.Ao todo, foram submetidas 124 propostas de planos de negócios por diferentes empresas. Deste total,56 foram selecionadas, com demandas que somam R$ 45,8 bilhões. Conforme o edital, as empresasreceberão indicação de instrumentos financeiros do BNDES e da Finep que poderão ser utilizadospara apoiar a realização dos empreendimentos.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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