Prisão de Zambelli em apartamento de Roma foi feita em ação de PF com polícia italiana

Uma image de notas de 20 reais

Imagem gerada por IA
Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma em uma ação da Polícia Federal brasileira em parceria com policiais italianos. A prisão ocorreu no apartamento onde ela vive desde que chegou ao país.

Zambelli estava foragida do país havia quase dois meses. A prisão da deputada bolsonarista foi confirmada pelo Ministério da Justiça.

A deputada fugiu do Brasil para escapar do cumprimento da pena de dez anos de prisão imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ela foi condenada por participar da invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

A informação da prisão foi revelada pelo portal G1 e confirmada pela Folha de S.Paulo.

Nesta terça, mais cedo, o deputado italiano Angelo Bonelli (Verde e de Esquerda) publicou em sua conta no X (antigo Twitter) que Zambelli estava em um apartamento na capital italiana. “Forneci o endereço à polícia, neste momento a polizia esta identificando Zambelli”, publicou.

Segundo a PF, a medida é resultado de cooperação policial internacional entre a Polícia Federal, a Interpol e agências da Itália.

“A presa era procurada por crimes praticados no Brasil e será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”, disse, em nota.

A congressista entrou na Itália em 5 de junho, pelo aeroporto Fiumicino, em Roma. Ela chegou em um voo dos EUA e passou por controle de passaportes com o documento italiano, por possuir dupla cidadania. Desde então, sua localização era desconhecida, segundo as autoridades.

A ordem definitiva de prisão de Zambelli foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em junho, quando a deputada já estava foragida. Moraes ordenou que o Ministério da Justiça formalizasse o pedido de extradição, com base no tratado firmado entre Brasil e Itália.

A decisão de Moraes previa ainda a perda do mandato parlamentar de Zambelli, com comunicação imediata ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), conforme determina a Constituição.

A condenação de Zambelli prevê o cumprimento de dez anos de prisão, com início do regime fechado, e a perda do mandato parlamentar.

A deputada foi acusada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de planejar e comandar a invasão aos sistemas institucionais do CNJ, com o auxílio do hacker Walter Delgatti, para emitir alvarás de soltura e mandado de prisão falsos. O objetivo, segundo a denúncia, era provocar confusão no Judiciário.

A condenação foi decidida por unanimidade na Primeira Turma do STF em 15 de maio.

Zambelli saiu do Brasil no fim de maio, de carro, para a Argentina, de onde pegou um avião rumo aos Estados Unidos.

A pedido de Moraes, a Interpol incluiu o nome de Zambelli em sua difusão vermelha —lista que reúne foragidos da Justiça como forma de colaboração policial internacional.

O recurso contra a condenação de Zambelli foi apresentado pelo advogado Daniel Bialski. Ele deixou a defesa da deputada após ela anunciar que deixou o país.

Bialski tinha argumentado ao Supremo que a condenação da parlamentar incorria em contradições e pedia a reversão da sentença ou, ao menos, a diminuição da pena da parlamentar. Todos os pleitos foram negados por Moraes.

MAIS LIDAS

Voltar ao topo