BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O PT vai acionar o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na Justiça após o dirigente partidário ter afirmado que o partido do presidente Lula (PT) foi o responsável pelos ataques golpistas do 8 de janeiro.
Em evento no sábado (13), o presidente do partido de Jair Bolsonaro (PL) afirmou que “quem começou o quebra-quebra foi um povo do PT”, em referência aos ataques às sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O grande problema nosso é que teve aquela bagunça no 8 de janeiro e o Supremo diz que aquilo foi golpe, olha só que absurdo. O camarada com pedaço de pau, um bando de pé de chinelo quebrando lá na frente. Eles classificam, falam que aquilo é golpe. Então a Débora do batom ia ser ministra da Fazenda? Não tinha ninguém. Quem preparou aquilo foi o PT”, disse Valdemar.
“Quem começou o quebra-quebra foi um povo do PT. Tem filmagem deles saindo de lá tranquilamente. Meia dúzia de ‘pé de chinelo’ se mete naquilo e começa a quebrar tudo. Golpe é com metralhadora e tanque de guerra. Nunca houve golpe”, afirmou, em outro momento.
As declarações ocorreram durante um debate no Rocas Festival, em Itu (102 km de São Paulo). No mesmo evento, Valdemar reconheceu que houve um planejamento para um golpe de Estado, mas disse que a preparação não se consumou. As declarações foram criticadas até mesmo por aliados de Bolsonaro.
Como resposta, o presidente do PT, Edinho Silva, diz à Folha que irá acionar Valdemar na Justiça para que ele prove o que está dizendo. Ele também classificou essas declarações como mentiras.
“O PT vai tomar as providências jurídicas cabíveis para que ele prove a afirmação dele. Vou tomar as medidas jurídicas para proteger a verdade, para que a verdade prevaleça e para que a gente combata a mentira, porque o que o presidente do PL afirmou é uma grande mentira e ele sabe disso”, disse Edinho.
Ele afirmou que pediu para que os advogados do PT já trabalhassem numa resposta no domingo (14). Segundo ele, o objetivo dessa iniciativa será “proteger a verdade”. “Nós estamos escolhendo que modelo de ação será, mas ele será acionado para que ele prove a afirmação dele.”
“Ele está falando uma mentira, ele sabe que é mentira. Nós tivemos um processo de investigação sobre a tentativa de golpe que foi aprofundada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, avaliado pelo Supremo Tribunal Federal. Ou seja, nós sabemos o que é verdade e o que é mentira. Ele está afirmando algo que é mentira e vai ter que provar aquilo que ele afirmou.”