Putin liga para Lula, fala sobre Guerra da Ucrânia e agradece 'empenho do Brasil'

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu uma ligação de Vladimir Putin neste sábado (9), a menos de uma semana do encontro entre o presidente da Rússia e Donald Trump no Alasca. Os líderes falaram sobre Guerra da Ucrânia, Brics e relações com os Estados Unidos, segundo comunicados de ambos os países.

Durante a chamada de 40 minutos, Putin mencionou os “recentes esforços pela paz entre Rússia e Ucrânia”, de acordo com o Palácio do Planalto, e “agradeceu o empenho e interesse do Brasil nesse tema”.

“O presidente Lula enfatizou que o Brasil sempre apoiou o diálogo e a busca de uma solução pacífica e reafirmou que o seu governo está à disposição para contribuir com o que for necessário, inclusive no âmbito do Grupo de Amigos da Paz”, afirmou a Presidência brasileira.

A declaração faz referência à iniciativa lançada em conjunto com a China em 2023 e que, até agora, teve poucos resultados práticos na guerra que se estende há mais de três anos no Leste Europeu. Os líderes também falaram sobre a cooperação no âmbito do Brics, o grupo de países emergentes do qual fazem parte.

A chamada é mais uma da série de ligações que o presidente russo fez para líderes de outros países nos últimos dias —na quinta (7), Putin falou com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; na sexta (8), com o líder da China, Xi Jinping, da Índia, Narendra Modi, e de outros três países que pertenceram à extinta União Soviética.

“Tive uma conversa muito boa e detalhada com meu amigo, o presidente Putin. Agradeci a ele por compartilhar os últimos acontecimentos sobre a Ucrânia”, afirmou Modi na rede social X. Já Ramaphosa demonstrou “total apoio da África do Sul às iniciativas de paz que acabarão com a guerra e contribuirão para uma paz duradoura entre a Rússia e a Ucrânia”.

Na ligação com a China, um dos principais aliados de Moscou, Xi disse estar satisfeito em ver Rússia e EUA mantendo contato para avançar em uma resolução política para o conflito.

Assim como na ligação deste sábado, Putin falou aos mandatários sobre sua reunião com o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, na última quarta-feira (6). Após o encontro, Trump anunciou uma cúpula com o russo no Alasca no dia 15, ignorando o fim do prazo que o próprio republicano havia dado para uma trégua na Guerra da Ucrânia, que venceu nesta sexta-feira (8).

O movimento pode significar uma reaproximação entre Putin e Trump, que começou o seu mandato mais próximo do líder russo antes de começar a criticá-lo abertamente nos últimos meses.

Ao divulgar o encontro, o republicano disse que um acordo para interromper a guerra estava próximo, mas que isso poderia envolver “alguma troca de territórios para o bem de ambos” —possibilidade que Kiev e seus aliados rejeitam desde fevereiro de 2022, quando Moscou invadiu o país vizinho.

“Os ucranianos não entregarão suas terras ao ocupante”, afirmou Zelenski nas redes sociais, acrescentando que as fronteiras da Ucrânia estão previstas na constituição do país. “Não podem tomar decisões contra nós, não podem tomar decisões sem a Ucrânia. Seria uma decisão contra a paz. Não conseguirão nada.”

Após a reunião entre Witkoff e Putin, na quarta, o ucraniano também fez uma rodada de ligações para seus aliados, incluindo os líderes da Alemanha (Friedrich Merz), da França (Emmanuel Macron), da União Europeia (Ursula von der Leyen), da Itália (Giorgia Meloni), da Espanha (Pedro Sánchez) e do Reino Unido (Keir Starmer).

Neste sábado, Macron, um dos mais vocais defensores da Ucrânia no conflito, manifestou-se nas redes sociais. “Continuamos determinados a apoiar a Ucrânia, trabalhando em espírito de unidade”, disse o francês. “O futuro da Ucrânia não pode ser decidido sem os ucranianos, que lutam por sua liberdade e segurança há mais de três anos. Os europeus também farão necessariamente parte da solução, pois sua própria segurança está em jogo.”

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