Queda nos dados de atividade em julho mostra necessidade de estímulo adicional - ING

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São Paulo, 15 de agosto de 2025 – A atividade econômica chinesa desacelerou de maneirageneralizada em julho, atingindo os níveis mais baixos do ano em vendas no varejo, investimentos emativos fixos e valor adicionado da indústria. O índice de preços de imóveis de 70 cidadesmostrou contínua queda no setor imobiliário, com preços de novas residências em baixa de -0,31%no mês e imóveis usados caindo -0,55%. Apenas 10 cidades tiveram alguma estabilidade nos preçosdos imóveis novos, e só 2 nas usadas, evidenciando a fragilidade do setor. “Essa tendênciareforça a necessidade de mais estímulos, pois a confiança do consumidor segue minada peladesvalorização do principal ativo das famílias”, diz Lynn Song, economista chefe para a GrandeChina da ING.

As vendas no varejo em julho cresceram apenas 3,7% ano a ano, abaixo das expectativas do mercadoe do patamar de meses anteriores, marcando o pior desempenho do ano até agora. Os segmentos maisbeneficiados por políticas de troca, como os eletrodomésticos, também apresentaram crescimentomoderado em relação ao acumulado do ano. “Para tentar estimular o consumo, o governo anunciousubsídios a empréstimos ao consumidor, reduzindo taxas de juros para compras a partir de setembro.No entanto, a medida deve ter impacto limitado, já que a principal barreira ao consumo segue sendoa baixa confiança das famílias, e não o custo do crédito”, continua.

O crescimento do investimento em ativos fixos caiu para 1,6% no acumulado do ano até julho,puxado principalmente pelo setor imobiliário, que recuou 12% no mesmo período. O investimentoprivado também teve a maior queda desde a pandemia. Já os investimentos em setores estratégicos,como fabricação de automóveis, ferrovias, aviação e utilidades, ainda apresentam crescimentorobusto. “O panorama para novos investimentos segue cauteloso, sobretudo diante do excesso decapacidade em muitas indústrias e um ambiente de incerteza quanto ao comércio com os EUA”,acredita Song.

O crescimento da produção industrial caiu para 5,7% em base anual em julho, após um pico de6,8% em junho. Apesar da desaceleração, o setor industrial segue mais forte que outros segmentosda economia. Setores de destaque incluem manufatura de alta tecnologia, automóveis, equipamentoselétricos, robótica e veículos de nova energia. “Por outro lado, alimentos, bebidas e têxteistêm desempenho mais fraco. A produção industrial permanece apoiada pela demanda externa, nummomento em que a trégua da guerra comercial com os EUA foi ampliada por mais 90 dias”.

Song destaca que a perspectiva para a segunda metade de 2025 é de mais desafios, após oinesperado vigor do primeiro semestre. O recuo observado em julho foi acentuado, apontando para umaperda de ímpeto generalizada nos últimos meses. Fatores climáticos podem ter contribuído, mas anecessidade de mais estímulos para sustentar a atividade econômica ficou evidente. “O governoagora tenta equilibrar o suporte ao crescimento de curto prazo com a gestão de desafiosestruturais, como a extrema competição por preços”, diz o economista.

As atenções que antes estavam centradas em políticas contra a “involução” (ou competiçãoprejudicial por preços) começam a se dividir, com o anúncio recente de subsídios a empréstimose novas discussões sobre suporte ao setor imobiliário. “Com a política econômica permanecendoflexível e voltada para o suporte, espera-se mais medidas de estímulo ao longo dos próximosmeses, o que deve ajudar a China a manter seu objetivo de crescimento em torno de 5% em 2025”,conclui.

Vanessa Zampronho / Safras News

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