RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Após um dia tenso para as ações da Petrobras na Bolsa de valores, a presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou na noite desta sexta-feira (8) que “quem apostar contra a Petrobras vai perder dinheiro”.
As ações da companhia chegaram a cair mais de 8% com a frustração do mercado sobre a distribuição de dividendos e temor a respeito da política de investimentos da empresa, que anunciou retorno ao mercado de distribuição de combustíveis.
Com a queda das ações, a estatal perdeu R$ 31,9 bilhões em valor de mercado nesta sexta, segundo cálculos do consultor Einar Rivero. A perda é equivalente ao valor de mercado da petroleira Prio.
Em entrevista após evento sobre diversidade no Rio de Janeiro, a executiva disse que o trabalho de sua gestão está sendo bem-feito e argumentou que a companhia tem ativos com grande capacidade de geração de caixa.
Magda avalia que analistas deixaram de considerar, em suas estimativas antes do balanço, fatos extraordinários que impactaram o resultado do segundo trimestre. Não teriam visto também fatores recorrentes, como o pagamento de participações especiais sobre a produção de petróleo.
“Isso tudo somado a, digamos assim, um susto com uma possível volta à distribuição coroou um pessimismo que, vamos dizer assim, leva a uma venda [de ações]. E quem vendeu vai ser arrepender”, afirmou.
Magda questionou que esses “sustos” têm sido comuns, mas que a empresa tem conseguido tranquilizar o mercado.
“Toda vez que a gente divulga um resultado tem alguém que tenta evitar um monstro na sala. E aí a gente acende a luz, o monstro some e quem vendeu perdeu dinheiro”, comparou.
No segundo trimestre, a Petrobras registrou lucro de R$ 26,6 bilhões, com bons indicadores operacionais. Mas o anúncio de dividendos abaixo das estimativas de mercado levou a questionamentos sobre o valor dos investimentos da empresa.
O anúncio de retorno ao setor de distribuição, com foco no gás de cozinha, piorou o humor do mercado, já que se trata de um segmento com margens apertadas e altos investimentos.
Além disso, há o temor de que a empresa entre no negócio para forçar redução de preços, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).