Relatório da ONU mostra que tecnologia ainda é subutilizada na agenda ESG

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Menos de 15% dos líderes empresariais se sentem bem-preparados para encarar desafios do ESG
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  • Pesquisa do Pacto Global da ONU e Accenture revela que só 27% das empresas usam ferramentas digitais para rastrear sustentabilidade
  • Estudo mostra que 96% dos CEOs veem inovação como essencial, mas menos de 15% se consideram preparados para desafios ambientais
Por Anna Scudeller

[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
Embora 96% dos CEOs reconheçam que a tecnologia e inovação são essenciais para atingir as metas globais de sustentabilidade, apenas 27% consideram alavancar ferramentas digitais para rastreamento e medição da sustentabilidade. É o que diz o novo relatório CEO Study do Pacto Global das Nações Unidas e da Accenture. Intitulado Turning the Key: Unlocking the Next Era of Sustainability Leadership, o estudo mostra que 26% dos quase 2 mil CEOs de 128 países afirmam ter equipes dedicadas de planejamento de cenários. 

Mesmo com esses resultados, tecnologia e inovação são os principais fatores que influenciam os grandes executivos ao pensarem em sustentabilidade hoje. Fruto disso, a pesquisa cita o papel da tecnologia, energia renovável, inteligência artificial e potencial humano, e ferramentas de sustentabilidade como pontos-chave. Mas, há lacunas de conhecimento que limitam a resposta das empresas a essa demanda crescente, em especial em torno de ferramentas digitais para rastreamento e medição do desempenho da sustentabilidade em todas as cadeias de valor. O efeito disso é evidenciado pelo relatório: menos de 15% dos líderes empresariais se sentem bem-preparados para encarar os principais desafios macroeconômicos e de sustentabilidade. Os outros dois fatores que influenciam a visão dos CEOs quanto à sustentabilidade são a geopolítica e a presença de mais vozes e liderança. 

Além disso, cerca de 98% concordam que o setor privado é capaz de impulsionar o progresso por meio de produtos e serviços sustentáveis, e 96% dos CEOs aconselham os sucessores a incorporarem a sustentabilidade à visão e cultura empresariais. O documento também trata da necessidade do setor privado incorporar a sustentabilidade na estratégia e na cultura, escalando a inovação em todas as cadeias de valor e colaborando para moldar regras que recompensem o valor de negócios de longo prazo. “Empresas que agirem com base nessas descobertas vão construir resiliência”, afirmou Sanda Ojiambo, diretora-executiva do Pacto Global da ONU. Segundo ela, também será possível desbloquear o crescimento, apoiar o aumento de indústrias, estimular economias e acelerar a entrega dos objetivos de desenvolvimento.

Escolhas do Editor

Os líderes de companhias já estão se preparando para um futuro mais regulamentado – 92% consideram que uma forte governança global e uma política unificada são importantes ou críticas; 95% relatam que a conformidade regulatória é uma prioridade organizacional; e 84% acreditam que suas empresas estão prontas para atender às próximas regulamentações de sustentabilidade. De acordo com a diretora-executiva do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, Daniela Grelin, a mensagem do relatório “é clara: não há mais retorno ao velho modelo de negócios” que não considera as necessidades sociais e ambientais.

PACTO GLOBAL – O Pacto Global das Nações Unidas é uma convocação para que as empresas de todo o mundo alinhem suas operações e estratégias a dez princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. Lançado em 2000, o Pacto Global orienta e apoia a comunidade empresarial global no avanço das metas e valores da ONU por meio de práticas corporativas responsáveis. Tem mais de 20 mil participantes distribuídos em 62 redes que cobrem 77 países, sendo a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo.

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