Rivais no tarifaço, Tarcísio e Eduardo são 2ª opção entre bolsonaristas, atrás de Michelle, diz Quaest

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que protagonizaram uma desavença na crise do tarifaço, aparecem atrás da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como opção do eleitorado bolsonarista para 2026 diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL).

É o que indica a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (17) com simulações da disputa presidencial.

O levantamento mostra que, para 62%, Bolsonaro deveria logo abrir mão de se portar como candidato e apoiar outro nome da direita. Outros 28% dizem que ele deveria manter a candidatura. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Entre os eleitores que se declaram bolsonaristas, 33% afirmam que o ex-presidente deveria apoiar Michelle em 2026. Eduardo e Tarcísio aparecem empatados tecnicamente em segundo lugar, com 22% e 20% respectivamente. Nesse segmento, a margem de erro é de seis pontos.

Na Presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações golpistas às claras, provocou crises entre os Poderes, colocou em xeque a realização das eleições de 2022, ameaçou não cumprir decisões do STF e estimulou com mentiras e ilações uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral do país.

Após a derrota para Lula, incentivou a criação e a manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e deram origem aos ataques do 8 de Janeiro.

Nesse mesmo período, adotou conduta que contribuiu para manter seus apoiadores esperançosos de que permaneceria no poder e, como ele mesmo admitiu publicamente, reuniu-se com militares e assessores próximos para discutir formas de intervir no TSE e anular as eleições.

O ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é réu no STF sob a acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Hoje está inelegível ao menos até 2030.

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.

Ainda segundo a pesquisa Genial/Quaest desta semana, entre os que se dizem de direita mas não bolsonaristas, Tarcísio é o preferido. Nesse caso, a margem de erro é de cinco pontos. O governador marca 33%, Michelle tem 22% e Eduardo, 9%.

Quando todos os entrevistados são considerados, Tarcísio aparece com 15%, seguido de Michelle com 13%, Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, com 9%, e Eduardo e Pablo Marçal (PRTB) com 8% cada.

Aparecem ainda os governadores Eduardo Leite (PSD-RS) com 4% e Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) com 3% cada. Outros 19% respondem que nenhum desses e 17% não sabem.

Nas simulações de segundo turno, a pesquisa mostra o presidente Lula (PT) empatado tecnicamente com Tarcísio (41% a 37%), mas com alguma vantagem em relação a Bolsonaro (43% a 37%), Michelle (43% a 36%), Ratinho (41% a 36%) e Leite (41% a 36%). Em relação a Eduardo Bolsonaro, a dianteira do petista é de dez pontos (43% a 33%).

O levantamento foi realizado após o presidente americano Donald Trump anunciar uma sobretaxa de 50% a produtos importados.

A medida foi influenciada por uma campanha conduzida nos EUA por Eduardo em busca de constranger o STF (Supremo Tribunal Federal) e pressionar por anistia ao pai e aos acusados de golpismo.

Após uma série de críticas a Tarcísio nos últimos dias, Eduardo afirmou nesta quarta-feira (16) ter selado a paz com o governador.

Desde o anúncio do tarifaço, Tarcísio navegou entre apoiar Bolsonaro e atacar Lula, o que arranhou a imagem de moderado que tenta construir, e defender uma saída diplomática, discurso que passou a adotar após o desgaste, mas que por sua vez abalou sua relação com o bolsonarismo.

Na segunda-feira (14), em entrevista à Folha, Eduardo disse que Tarcísio errou ao tentar negociar uma saída para as tarifas de 50% com a Embaixada dos Estados Unidos. “É um desrespeito comigo”, disse.

O governo Lula tem associado as consequências econômicas do tarifaço à oposição, inclusive a Tarcísio, que fez uma rodada de conversas que passou por Bolsonaro, por ministros do STF e pelo chefe da embaixada dos EUA no Brasil.

A pesquisa mostra ainda que 72% dos brasileiros afirmam ser um erro de Trump impor tarifas ao Brasil por causa do ex-presidente Bolsonaro e, ao mesmo tempo, 53% dizem que o presidente Lula está certo ao reagir com reciprocidade.

A Genial/Quaest fez 2.004 entrevistas em 120 municípios, de quinta-feira (10) até segunda-feira (14). O nível de confiança é de 95%. O levantamento da Quaest é financiado pela corretora de investimentos digital Genial Investimentos, controlada pelo banco Genial.

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