'Se eu tiver que cumprir pena, vai ser aqui na Itália', diz Zambelli em vídeo antes de ser presa

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BRASÍLIA, DF, E MILÃO, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) gravou um vídeo antes de ser presa pela polícia da Itália nesta terça-feira (29). Ela diz que se entregou às autoridades segura de que não será deportada para o Brasil.

A versão de Zambelli é diferente da informação divulgada pelo Ministério da Justiça. Segundo o governo brasileiro, a deputada foi presa no apartamento que ocupava em Roma, na Itália.

“Se eu tiver que cumprir qualquer pena vai ser aqui na Itália, que é um país justo e ainda democrático. Mas eu estou segura que analisando todos os processos, de cabo a rabo, eles vão perceber que eu sou inocente, porque eu não ordenei a invasão ao CNJ [Conselho Nacional de Justiça]”, afirma Zambelli na gravação.

A deputada diz que acredita que permanecerá em território italiano porque “não temos um ditador no poder, não temos a autoridade ditatorial de Alexandre de Moraes e de seus comparsas da Supremo Corte”.

“Eu sei que Deus está olhando pelo Brasil. Eu sei que nós podemos contar com ele. E é por isso que com a alma limpa, o coração tranquilo, eu vou me apresentar às autoridades, porque eu não estou aqui fugindo, eu estou aqui resistindo e vou continuar resistindo”, completou.

Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) em maio de 2025 pela invasão dos sistemas do CNJ. A pena é de dez anos de prisão, além da perda do mandato parlamentar e do pagamento de multa.

Ela fugiu do país no fim de maio e buscou abrigo na Itália, por considerar que sua cidadania italiana a resguardaria de eventuais prisões e de um processo de extradição.

ENTREVISTA

A deputada licenciada disse ao jornal La Repubblica que estava desiludida com a falta de apoio de políticos do governo italiano, com integrantes da ultradireita, e que decidiu fugir para a Itália, em vez de continuar nos Estados Unidos, por sofrer de problemas de saúde.

A entrevista foi publicada no site do jornal italiano, que afirmou ter falado com ela em um apartamento na periferia de Roma, horas antes de ela ser detida pela polícia italiana, nesta terça (29).

Zambelli foi presa em Roma, segundo o deputado italiano Angelo Bonelli, de oposição, que acompanha o caso desde junho, quando ela chegou à Itália vinda dos EUA.

“Sou inocente, não existe nenhuma prova contra mim. Sou uma perseguida política”, disse ela ao jornal italiano.

Questionada por que tinha ido à Itália, Zambelli citou problemas de saúde. “Tenho muitos problemas de saúde e o sistema de saúde nos EUA é muito caro. E também porque é o meu país”, afirmou.

“Sofro de síncope, corro o risco de cair a qualquer momento.”

Ela se disse estar desiludida com a falta de apoio do governo italiano. “Decididamente, sim, esperava mais. De Salvini, mas também de Giorgia Meloni, que é amiga de Trump”, disse em referência ao vice-premiê italiano, próximo da família Bolsonaro, e da primeira-ministra.

“Trump sabe aquilo que está acontecendo no Brasil, não é algo que tem a ver somente comigo.”

Zambelli afirmou, no entanto, que não procurou nenhum político italiano diretamente.

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