Selic é mantida em 15% ao ano e Comitê fala em política contracionista por período "bastante prolongado"

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Brasília, 17 de setembro de 2025 – O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básicade juros, a Selic, em 15% ao ano. A decisão foi unânime e dentro do esperado.

“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas,resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar aconvergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma políticamonetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, aponta oComitê.

No comunicado, o Copom disse entender que essa decisão é compatível com a estratégia deconvergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. “Sem prejuízo deseu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implicasuavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.

Segundo o comitê, o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução dapolítica monetária. “O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível correnteda taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência dainflação à meta”.

O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que nãohesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.

O Comitê segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos EUAao Brasil, e como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetáriae os ativos financeiros, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza.

Inflação

As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valoresacima da meta, situando-se em 4,8% e 4,3%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom parao primeiro trimestre de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,4% nocenário de referência.

Os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual.Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se(i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maiorresiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto maispositivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impactoinflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentementemais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma eventual desaceleração daatividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenáriode inflação; (ii) uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio ede um cenário de maior incerteza; e (iii) uma redução nos preços das commodities com efeitosdesinflacionários.

Cenários

O ambiente externo se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nosEstados Unidos. Consequentemente, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativostêm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particularcautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segueapresentando, conforme esperado, certa moderação no crescimento, mas o mercado de trabalho aindamostra dinamismo. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentesmantiveram-se acima da meta para a inflação.

Dylan Della Pasqua / Safras News

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