[AGÊNCIA DC NEWS]. O setor de comércio – atacado e varejo – se destacou no mercado de galpões logísticos e industriais de alto padrão no segundo trimestre, respondendo por metade da absorção líquida (diferença entre novos contratos e devoluções de área): 309,7 mil metros quadrados, de um total de 618,2 mil metros quadrados. O levantamento (MarketBeat) é da Cushman & Wakefield, empresa de origem norte-americana (fundada em 1917) que atua em 60 países e teve receita de US$ 9,4 bilhões no ano passado. Segundo o levantamento, a absorção líquida (618,2 mil m²) foi três vezes maior (+213,2%) que a do primeiro trimestre (197,4 mil m²). Na comparação com o segundo trimestre do ano passado (645,4 mil m²), a área cai 4,2%, mas a taxa de vacância dos galpões diminuiu para 8,74%, ante 10,09% no primeiro trimestre deste ano e 9,38% no segundo período de 2024.
“Apesar da Selic em 15% e de um IPCA ainda pressionado, o setor logístico segue em trajetória de expansão”, afirmou o gerente da divisão de industrial e logística da Cushman & Wakefield, Paulo Sampaio. “O segundo trimestre foi especialmente dinâmico, com ocupações relevantes e forte giro de contratos.” Na avaliação da empresa, o resultado reflete uma “combinação de retomada nas cadeias de abastecimento, crescimento do consumo e movimentos estratégicos de empresas em busca de eficiência logística”.
Além do comércio, que lidera entre as transações, operadores logísticos respondem por 125,8 mil m². Depois vêm a indústria automobilística (119,7 mil m²) e empresas de ciência e tecnologia (82,8 mil m²). Das principais locações no segundo trimestre, a maior é da fabricante de pneus Bridgestone do Brasil, com galpão de 116,5 mil m² no município de Mauá, região do Grande ABC paulista. O Mercado Livre tem três empreendimentos, dois em São Paulo (Guarulhos e Embu) e um em Minas Gerais (Extrema), que somam quase 260 mil m². A Shopee tem um de 74,4 mil m² na cidade de São Bernardo do Campo, também no ABC, onde a taxa de vacância fica bem abaixo da média nacional (2,37%). Só Mercado Livre e Shopee respondem por 54% do total.
O Estado de São Paulo concentra 76% do total do país (471,2 mil m² de absorção líquida). A absorção bruta foi de 95,2 mil m² para 665,4 mil m² do primeiro para o segundo trimestre, “o que indica forte giro de contratos, expansões e ocupações após um trimestre de poucas movimentações”. As regiões com maior absorção foram ABC (220,7 mil m²), Guarulhos (91,5 mil m²), e Embu (85,9 mil m²), com destaque também para Jundiaí, Atibaia, Cajamar, Barueri e Campinas. Minas Gerais teve 143,6 mil m², enquanto o Rio de Janeiro registrou resultado negativo (-7,2 mil m²), com taxa de vacância de 14,82%. A de Minas está em 5,32%. Dos principais novos empreendimentos previstos para este ano, três estão de São Paulo (Franco da Rocha, Guarulhos e Ribeirão Preto), dois em Minas (Contagem e Extrema) e um no Ceará (Fortaleza).
O levantamento mostra que os valores médios de locação aumentaram. A média nacional foi de R$ 26,62 por metro quadrado, subindo para R$ 28,44 em São Paulo – na capital, chega a R$ 41,23. Em Minas, o valor fica próximo da média geral (R$ 26,87). No Rio, o valor cai para R$ 22,31. “O avanço foi impulsionado por novos empreendimentos com padrão mais elevado e pela revisão para cima nos preços praticados pelos proprietários”, disse a Cushman & Wakefield.