São Paulo, 4 de setembro de 2025 – A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou nestasemana os dados econômico-financeiros referentes ao primeiro semestre de 2025. Com base nasinformações contábeis enviadas pelas operadoras de planos de saúde e pelas administradoras debenefício, nos números agregados, o setor registroulucro líquido de R$ 12,9 bilhões nosprimeiros seis meses de 2025 (aumento de 131,94% em relação ao mesmo período do ano anterior).Esse resultado equivale a aproximadamente 6,8% da receita total do período, que foi aproximadamenteR$ 190 bilhões. Ou seja, para cada R$ 100,00 de receitas, o setor auferiu cerca de R$ 6,80 de lucroou sobra.
O resultado líquido do setor no primeiro semestre de 2025 é o maior, em termos nominais, da sériehistórica apresentada desde 2018, inclusive superior ao recorde anterior ocorrido no auge doisolamento social durante a pandemia de Covid-19. O desempenho se reflete na maioria dos entesregulados no setor, 77,5% (607 entidades) terminaram o 1º semestre com resultado líquido positivoinformado (8,3 pontos percentuais acima do percentual observado no mesmo período do ano anterior).
As operadoras médico-hospitalares são o principal segmento do setor e juntas atingiram um lucrolíquido de R$ 12,4 bilhões no agregado, fortemente impulsionado pelo aumento do resultadooperacional e a contribuição do resultado financeiro. Nos números agregados, o resultadooperacional das operadoras médico-hospitalares, representado pela diferença entre a receita(majoritariamente advinda das mensalidades dos planos) e as despesas diretamente relacionadas àsoperações de assistência à saúde (assistenciais, comerciais e administrativas), resultou emsaldo positivo de R$ 6,3 bilhões, aumento de 157% em relação ao mesmo período do ano passado e omaior desde 2021.
O aumento do resultado operacional se deu de forma mais expressiva nas operadoras de grande porte.No recorte por modalidade, as autogestões foram a única modalidade que registrou prejuízooperacional de 1,2 bilhão no primeiro semestre de 2025 (10,3% a mais que no mesmo período do anoanterior).
Em um cenário de taxas de juros elevadas, a remuneração das aplicações financeiras dasoperadoras médico-hospitalares, que totalizaram R$ 130 bilhões ao final de junho de 2025,continuou a ser uma fonte significativa de receita adicional. O resultado financeiro do setor foi deR$ 6,8 bilhões, um crescimento de 55,4% em relação ao primeiro semestre do ano passado e o maiorda série histórica.
“Os números do primeiro semestre de 2025 mostram um resultado histórico para a saúde suplementar:aumento do resultado operacional, redução da sinistralidade e manutenção de receitas financeirasrobustas. Esse conjunto de fatores contribui para a sustentabilidade econômico-financeira do setor,o que é fundamental para garantir a continuidade da assistência a mais de 50 milhões debeneficiários”, explicou o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, Jorge Aquino.
As operadoras médico-hospitalares de todos os portes tiveram aumento no resultado líquido. As degrande porte registraram, em números agregados, R$ 9,7 bilhões de lucro líquido no primeirosemestre de 2025, (114% a mais que o mesmo período do ano anterior). Já as de médio porte foramresponsáveis pelo maior crescimento percentual em relação ao mesmo período do ano anterior:622%, totalizando R$ 2 bilhões.
Sinistralidade
A sinistralidade, principal indicador que explica o desempenho operacional das operadorasmédico-hospitalares, registrou no primeiro semestre de 2025 o índice de 81,1% (2,7 pontospercentuais abaixo do apurado no mesmo período do ano anterior). Isso significa que aproximadamente81,1% das receitas provenientes das mensalidades foram destinadas às despesas assistenciais. Esteé o menor índice registrado para um primeiro semestre desde 2018, à exceção de 2020, quando asinistralidade foi ainda mais baixa em razão dos efeitos da pandemia. A redução da sinistralidadenos números agregados é explicada principalmente pela recomposição das mensalidades emproporção superior à variação das despesas assistenciais, movimento percebido no setor desde2023 e mantido no período observado.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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