S&P eleva nota de crédito da cia para BBB e mantém perspectiva estável

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São Paulo, 17 de setembro de 2025 – A agência de classificação de riscos S&P Global Ratingselevou os ratings de crédito de emissor e de emissão da Vale de BBB- para BBB, com perspectivaestável, citando que em agosto de 2025, a companhia removeu sua última barragem da lista dasclassificadas em nível de risco de emergência 3 e, nos últimos anos, melhorou consideravelmentesua supervisão e seus controles de risco. Agora, a agência avalia sua administração egovernança como neutras para o rating, anteriormente vistas como negativas.

Além disso, a S&P reafirmou os ratings de crédito de emissor e de emissão BBB- da ValeCanada Ltd, a qual considera altamente estratégica para o grupo, ante sua avaliação coreanterior, em linha com a da Vale Base Metals Ltd. (VBM).

O relatório cita que, atualmente, a Vale mantémquatro barragens no nível 2 de risco de emergência e que o seu programa de descomissionamento deveser concluído até 2035. “O foco da Vale na redução de riscos, no progresso do descomissionamentode barragens e na melhoria das entregas de minério de ferro melhoraram nossa avaliação dagovernança daempresa. Depois de muitos anos após a tragédia de Brumadinho em 2019, acreditamos que aempresa implementou diversos controles de risco significativos e mantém políticas de riscorobustas, com supervisão do conselho e incorporadas à remuneração variável de executivos efuncionários. A administração e o conselho têm enfatizado consistentemente a estratégia deredução de riscos da empresa, e esta investiu recursos substanciais na recuperação de estruturasde barragens e na indenização de famílias, municípios, estados e entidades governamentaisafetados. Essas ações demonstram uma trajetória positiva e uma culturaorganizacional revisada”, comentou a S&P, em relação aos fundamentos da ação de rating.

A S&P comenta que, apesar do progresso no descomissionamento da barragem, a Vale continuaráenfrentando saídas de caixa significativas. “Estimamos saídas de caixa de US$3,6 bilhões em 2025,seguidas de US$2,5 bilhões em 2026, principalmente devido aos esforços para mitigar o impacto dasfalhas nas barragens de rejeitos de Mariana e Brumadinho:acordo definitivo de Mariana soma mais de R$ 170 bilhões, cerca de 28% estão concluídos; eacordo definitivo de Brumadinho soma R$ 63 bilhões, cerca de 75% estão concluídos.”

A S&P cita que esses investimentos são direcionados, em grande parte, a projetos sociais que visamapoiar as comunidades afetadas, com a Fundação Renova responsável pela recuperação de Mariana.”Embora o progresso seja evidente, o programa de reparação de Brumadinho deve continuar até 2031,ressaltando a substancial carga financeira que a Vale deverá continuar arcando nos próximos anos.”

A S&P ainda menciona a que “a Vale revisou sua estratégia anos atrás para focar na rentabilidadeem vez de em volumes” e que “maiores volumes, mas preços gerais mais baixos, especialmente para osprêmios, nos levam a revisar para baixo nossas expectativas de ebitda para 2025 e 2026”.

Assim, a agência espera que a Vale apresente crescimento do ebitda nominal posteriormente, àmedida que os volumes aumentam, e maior alavancagem, com um ebitda menor, mas a alavancagem devecontinuar abaixo de 2 vezes.

“Esperamos que a dívida sobre ebitda diminua ligeiramente após atingir o pico em 2025 comoresultado de custos mais baixos e uma redução na dívida relacionada a Samarco e Brumadinho, bemcomo melhorias graduais no ebitda em razão de volumes maiores, com o aumento de Vargem Grande,Capanema e Brucutu em minério de ferro, e Salobo e Bacaba em cobre”, acrescenta.

“A perspectiva estável reflete nossa visão de que a Vale manterá a alavancagem sob controlee forte liquidez, ajustando pagamentos de dividendos, investimentos (capex) e recompras de ações,se necessário”, disse a agência, em relatório divulgado ontem (16).

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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