São Paulo, 17 de março de 2025 – As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros(DIs) caem refletindo o Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) em janeiromelhor que a expectativa do mercado e a desaceleração da economia americana.
O IBC-Br de janeiro avançou 0,89% ante dezembro e 3,58% na comparação o primeiro mês de2024. Tanto a comparação mensal quanto a anual ficaram sensivelmente acima das projeçõescoletadas pelo Termômetro Safras de +0,40% e +2,50%, respectivamente.
André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferência internacional, cartão econta digital Remessa Online, disse que a curva de futuro reflete o IBC-Br de janeiro, divulgadomais cedo.
“A atividade veio mais forte que o esperado-alta de 0,9% e nossa projeção era 0,6%, apesar daspesquisas mensais do IBGE apontarem para continuidade do movimento de desaceleração. Além dissoteve revisão do dado de dezembro, que ao invés de uma queda de 0,7%, teve recuo na margem de 0,6%,o que reforça que o Banco Central (BC) fará, sem nenhuma surpresa, um ajuste de 1 ponto porcentual(pp) na taxa de juros, elevando a Selic para 14,25%, na reunião de quarta-feira (19). Também deveadotar um tom duro no comunicado”.
Galhardo espera elevação da Selic em 0,5 ponto porcentual (pp) em maio e de 0,25 ponto emjunho, com a taxa terminal em 15% ao ano.
Galhardo disse que os vértices mais longos em queda também podem refletir a performance daeconomia americana.
“Podemos atribuir parte desse movimento não apenas a própria elevação da Selic esperada paraprazos mais curtos, para as reuniões remanescentes desse semestre, mas também ao desempenho daeconomia americana-dados do varejo vieram abaixo do esperado e o índice de atividade industrial, oíndice Empire State caiu 20 pontos, caiu para 20 pontos em março”.
Para o economista-chefe da Suno Research, Rafael Perez, “este dado do IBC-Br sinaliza que o PIBdo primeiro trimestre de 2025 ainda deve registrar um crescimento elevado, impulsionado pela safrarecorde de grãos, principalmente de soja, que concentra quase 60% de sua produção entre janeiro emarço”.
“No entanto, a partir do segundo trimestre, à medida que os efeitos do forte crescimento doagro vão se dissipando e a taxa de juros mais elevada começa a bater no crédito e na atividadeeconômica, os dados tendem a refletir de forma mais evidente a desaceleração da economia”,ponderou Perez.
Por volta das 13h16 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,745% de14,730% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,455%, de 14,530%, o DIpara janeiro de 2028 ia a 14,245%, de 14,370%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,295% de14,425% na mesma comparação. O dólar recuava 0,95%, cotado a R$ 5,6889 para venda.
Soraia Budaibes e Paulo HollandCopyright 2025 – Grupo CMA