São Paulo, 25 de setembro de 2025 -As taxas dos contratos futuros de DepósitosInterfinanceiros (DIs) fecharam em alta refletindo os dados nos Estados Unidos mais pesados e osdiscursos mais hawkish dos membros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Omercado aguarda o PCE amanhã (26).
Bruno Komura, analista da Potenza Capital, disse que “o IPCA-15 animou o mercado no nominal, masno qualitativo não veio tão bom. O mau humor está vindo de fora com os dados mais fortes e osdiscursos hawkish dos diretores do Fed. Temos de esperar pelo PCE amanhã (26) para ver se temrevisão de corte de juros”.
O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse hoje estar desconfortável com aantecipação do corte de juros baseando-se em dados fracos de emprego. Ele alertou que a inflaçãonos Estados Unidos ainda mostra tendência de alta. Goolsbee reconheceu que votou a favor do cortede 0,25 ponto percentual em setembro, mas reforçou que o avanço da flexibilização da políticamonetária dependerá da estabilização do pleno emprego e da inflação próxima à meta de 2%.”Se isso acontecer, os juros podem cair abaixo do nível atual, mas estou desconfortável emdefender uma queda maior agora”.
Mais cedo, foi divulgado o IPCA-15, que avançou 0,55% no mês do ano e acumulou, até setembro,alta de 5,32%. Tanto na comparação mensal quanto no acumulado vieram levemente abaixo dasprojeções do Termômetro Safras de 0,55% e 5,38%, respectivamente.
Para o economista André Perfeito, “a boa notícia é o arrefecimento da inflação deServiços, a grande dor de cabeça do Copom quando se trata da determinação da taxa básica.Apesar de sinais mais baixistas para a inflação nas medições recentes a alta de Serviçosdecorrente do robusto mercado de trabalho impedia corte de juros”.
“Como brinco a notícia ruim é que está bom e o mercado de trabalho em alta criavaconstrangimentos de custos no setor de Serviços pela alta de Salários Reais. Aparentemente estáse acomodando os preços deste segmento”, disse o economista.
“Não quero com isso dizer que o BC irá cortar a taxa na próxima reunião, contudo sem umamelhora dos Serviços o colegiado nem iria considerar tal opção”, opinou Perfeito.
Por volta das 16h29 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,895% de14,900% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,075%, de 14,010%, o DIpara janeiro de 2028 ia a 13,380%, de 13,270%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,265% de13,175% na mesma comparação. O dólar subia 0,78%, cotado a R$ 5,3679.
Soraia Budaibes e Paulo Holland (Safras News)
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