São Paulo, 10 de setembro de 2025 – As taxas dos contratos futuros de DepósitosInterfinanceiros (DIs) fecharam em alta, próximas ao zero. A sessão desta quarta foi marcada peladivulgação do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto.
O IPCA caiu 0,11% em agosto, acima da projeção do Termômetro Safras de -0,15%.
Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que “os DIs estãolado em meio aos dados de deflação do IPCA. Os DIs já precificaram essa queda de juros naprimeira etapa de corte da Selic em 1 ponto porcentual (pp) 1,5pp, tanto que o DI 27 está em 14%.Se melhorar [o cenário], o mercado pode fazer [a curva] cair mais um pouco. Para o DI de longoprazo corrigir para 10%, vamos ter de ver uma mudança de cenário. O mercado espera por dados devarejo aqui, que mexe com os DIs. Os juros vão cair lá fora e abre espaço para corte aqui”.
Para o economista da Suno Research Rafael Perez, “do ponto de vista qualitativo, os dadosmensais mostraram uma leve melhora, porém na variação anual seguem pressionados. Os serviçosdesaceleraram de 0,59% em julho para 0,39% em agosto, influenciados pela menor alta da alimentaçãofora do domicílio e pelas quedas em passagens aéreas e itens de lazer. Já os preços monitoradosrecuaram de 0,67% em julho para -0,61% em agosto, refletindo principalmente a redução da energiaelétrica e da gasolina”.
“Esses indicadores reforçam a leitura de que, embora a inflação venha cedendo com avalorização do câmbio, queda nos preços de commodities e de insumos, o qualitativo da inflaçãoligado a serviços e à demanda doméstica permanece resistente. Isso sugere que a dinâmicasubjacente de preços segue pressionada pelo mercado de trabalho aquecido e pela expansão doconsumo das famílias, o que limita o espaço para um processo mais rápido de desinflação”, dizPerez.
“Esses fatores, além da desancoragem das expectativas de inflação, justificam a posturarestritiva da política monetária. Por isso, para a próxima reunião do Copom, esperamos amanutenção da taxa Selic em 15,0% a.a., postura que deve ser mantida até o início de 2026”,complementa o economista da Suno.
Por volta das 16h42 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,895% de14,895% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,005%, de 13,970%, o DIpara janeiro de 2028 ia a 13,285%, de 13,280%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,185% de13,215% na mesma comparação. O dólar caía 0,52%, cotado a R$ 5,4075.
Paulo Holland e Soraia Budaibes (Safras News)
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