Toyota retomará produção em novembro com motores importados

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Toyota vai retomar as atividades nas fábricas de Indaiatuba e Sorocaba, no interior de São Paulo, no dia 3 de novembro. A confirmação foi feita nesta sexta (3) por Evandro Maggio, presidente da montadora no Brasil. Serão usados motores importados da Ásia, principalmente do Japão.

As linhas de montagem estão paralisadas desde 23 de outubro. No dia anterior, a unidade que fabrica as motorizações flex da montadora japonesa foi parcialmente destruída pelo vendaval que atingiu boa parte do estado de São Paulo. Ainda não há previsão para que essa planta reinicie suas operações.

“A suspensão temporária de contrato de trabalho [lay-off] será aplicada somente aos colaboradores de Porto Feliz, enquanto os colaboradores de Sorocaba e Indaiatuba retornam ao trabalho no dia 21 de outubro, após o término das férias emergenciais”, disse o presidente da Toyota no Brasil. “O mais importante é que nenhuma vida foi perdida, o que aconteceu foi bastante impactante, muito forte.”

O executivo confirmou ainda que o lançamento do SUV compacto Yaris Cross, que estava previsto para novembro, só ocorrerá em 2026, com data a ser definida.

A princípio, serão importados os motores 1.8 híbridos flex que equipam os modelos Corolla e Corolla Cross. Esses conjuntos mecânicos já vinham do Japão, mas houve uma parada enquanto a montadora decidia o que fazer após o evento climático.

Agora haverá um volume maior de chegada desses propulsores, o que pode ser combinado a campanhas que estimulem a comercialização desses modelos. A linha de produção será dedicada às opções Hybrid por dois meses, com operação em três turnos nas fábricas de Sorocaba e Indaiatuba. Em janeiro, terá início a importação dos motores flex convencionais (1.5 e 2.0).

É esperado um período longo de perda de participação de mercado, já que as opções sem eletrificação são as mais vendidas no mercado brasileiro. Além disso, o Yaris Cross certamente seria o novo campeão de vendas da marca. Maggio, no entanto, afirmou que a Toyota não contabilizou esse prejuízo, já que está concentrada na retomada da produção.

O presidente da montadora no Brasil disse que o maquinário da fábrica de Porto Feliz foi pouco afetado pelo vendaval e está sendo transferido para um local seguro na planta. Questionado sobre problemas de estrutura na unidade, o executivo afirmou que a reconstrução deve incluir uma análise climatográfica.

Até a linha de produção em Zárate, na Argentina, foi prejudicada pelo vendaval. Maggio disse que alguns componentes específicos usados na produção da picape Hilux e do SUV SW4 eram fabricados em Porto Feliz. Essa demanda agora é atendida por unidades asiáticas da Toyota.

As férias coletivas em Sorocaba e Indaiatuba terminam no dia 20 de outubro. Todos os empregados com salário de até R$ 10.000 receberão integralmente seus salários.

A empresa ofereceu aos trabalhadores pagamento de parte dos dias parados, com futura compensação por meio de banco de horas, e a manutenção de todos os benefícios como plano de saúde, vale-alimentação e PLR (Participação nos Lucros e Resultados), que chega a R$ 21,5 mil.

O lay-off em Porto Feliz deve durar de 60 a 150 dias a partir de 21 de outubro. Os contratos de trabalho ficam suspensos e os trabalhadores precisam estar inscritos no programa bolsa-qualificação. A Toyota está buscando cursos (presenciais ou online) e estrutura para manter proximidade com os empregados.

Em nota, Evandro Maggio, presidente da montadora no Brasil, agradeceu o apoio que a empresa tem recebido.

“A Toyota do Brasil agradece profundamente as várias mensagens de apoio e solidariedade de governos, autoridades, associações, sindicatos, montadoras, fornecedores, distribuidores, concessionários, parceiros, colaboradores e da sociedade nas últimas semanas, após o incidente que afetou a planta de motores de Porto Feliz. Esse suporte reforça a união de esforços em prol do desenvolvimento da indústria nacional.”

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