São Paulo, 24 de julho de 2025 – A administração Trump autorizou a Chevron a retomar aextração de petróleo na Venezuela, após ter revogado, no início do ano, a licença concedidadurante o governo Biden. A decisão ocorre em meio a discussões recentes envolvendo o presidenteDonald Trump e o secretário de Estado Marco Rubio, e logo após a troca de prisioneiros, na qual osdez americanos ainda detidos pelo governo venezuelano foram libertados. As informações são daagência de notícias “Dow Jones”.
De acordo com pessoas próximas às negociações, os detalhes do acordo ainda não foramtotalmente divulgados, mas ficou estabelecido que não serão pagos royalties ou impostos ao regimede Nicolás Maduro. O objetivo é evitar o fortalecimento do governo venezuelano com novas receitase atender aos interesses políticos dos críticos mais duros de Maduro no Congresso, especialmenteda ala republicana da Flórida.
A medida recebeu críticas de setores ligados à indústria do petróleo e de apoiadores domovimento MAGA, que advertiram para o risco de a retirada de empresas americanas abrir espaço parao avanço da China no setor energético venezuelano e, por consequência, na influência regional. AChevron já vinha defendendo esse argumento, que passou a encontrar eco dentro do governo Trump,preocupado com a competitividade geopolítica dos Estados Unidos no hemisfério.
O anúncio marca mais uma reviravolta após meses de negociações incertas envolvendo aVenezuela e evidencia o esforço dos EUA em manter alguma presença estratégica no paíssul-americano. Dados da OPEP indicam que, depois da redução das operações americanas, aprodução de petróleo venezuelana permaneceu estável entre 900 mil e 1 milhão de barris por diaem junho. Analistas de mercado destacam que, para compensar o recuo das empresas dos EUA, Caracasaumentou o envio de petróleo para a China, utilizando polos de transbordo como a Malásia, mesmocom alertas da Casa Branca sobre possíveis tarifas de 25% para países que importem óleovenezuelano.
Vanessa Zampronho / Safras News
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