Trump cogita atacar instalações e rotas ligadas a tráfico de cocaína na Venezuela, diz TV

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RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – O presidente Donald Trump avalia planos para atacar instalações de cocaína e rotas de tráfico de drogas dentro da Venezuela, embora ainda não tenha tomado uma decisão sobre isso, segundo a emissora americana CNN, que afirma ter ouvido três autoridades americanas.

A informação surge em meio à escalada de tensão na região, após os Estados Unidos anunciarem nesta sexta-feira (24) que vão enviar o USS Gerald R. Ford, o maior e mais poderoso porta-aviões do mundo, e outras embarcações que o acompanham para a América Latina e o Caribe.

O movimento amplia a presença militar americana na região e dá forte sinalização de pressão à ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela.

A presença do maior porta-aviões do mundo, com 333 metros de comprimento e capacidade para carregar até 90 aeronaves, sugere um aumento do cerco a Maduro, que tem pedido paz a Trump após seguidas ameaças do presidente americano. Há 11 porta-aviões no arsenal americano, o que contribui para a relevância do deslocamento do Ford.

Em junho, Trump ordenou o envio do mesmo porta-aviões para perto do Oriente Médio em meio a momento de grande tensão entre Israel e Irã. Dias depois, os EUA executaram o ataque aéreo a instalações nucleares iranianas.

Trump também autorizou a CIA, a agência de espionagem dos Estados Unidos com longo histórico de interferência na América Latina, a realizar operações secretas na Venezuela.

De acordo com a CNN, o presidente dos EUA não descartou adotar uma abordagem diplomática com a Venezuela para conter o fluxo de drogas para os Estados Unidos, mesmo após a Casa Branca ter interrompido conversas ativas com o ditador venezuelano Nicolás Maduro nas últimas semanas.

A Venezuela não é conhecida como uma grande fonte de cocaína, mas o governo Trump tem tentado vincular Maduro ao tráfico de drogas.

Ele intensificou sua retórica sobre possíveis incursões terrestres nos últimos dias, enquanto os militares dos EUA realizam ataques contra supostos barcos de drogas em águas internacionais.

O mais recente foi um ataque noturno contra uma embarcação no Caribe, matando seis pessoas e elevando o número total de barcos alvejados para 10. Ao todo, 43 pessoas já morreram, segundo o governo americano.

Desde setembro, os EUA têm realizado explosões de embarcações na América Latina, embora nenhuma evidência de que os barcos fossem ligados ao narcotráfico tenha sido apresentada. Governos da região e analistas questionam a legitimidade dessas ações sob o direito internacional.

Ainda de acordo com a CNN, alguns integrantes do governo Trump pressionam por uma mudança de regime na Venezuela e acreditam que a campanha antidrogas possa levar à destituição de Maduro. Isso poderia acontecer ao pressionar pessoas ao redor do líder venezuelano que se beneficiaram dos fluxos de receita ilícita dos cartéis, pressionando-os para que eles considerem maneiras de derrubar o ditador.

A retórica de Trump sobre o tema tem se intensificado nos últimos dias. No fim de semana, o americano ajustou a mira das ameaças para o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, o primeiro líder colombiano de esquerda e crítico aberto de Trump, com quem tem tido atritos desde que o republicano voltou à Casa Branca.

Trump chamou Petro de “líder de drogas ilegais” e, logo em seguida, o Pentágono anunciou que havia destruído uma embarcação supostamente pertencente à guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN). Nos dias seguintes, as farpas entre os dois líderes continuaram, com Petro acusando Trump de promover execuções extrajudiciais.

Nesta sexta, Trump impôs sanções a Petro sob o argumento de que o colombiano contribui “com a proliferação internacional de drogas” —os EUA congelaram eventuais bens de Petro e familiares no país. O colombiano reagiu dizendo ser alvo “depois de lutar contra narcotraficantes com eficiência por décadas”.

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