Trump diz que 'provavelmente' não tentará a reeleição em 2028

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (5) em uma entrevista ao programa Squawk Box, da rede televisão norte-americana CNBC, que “provavelmente” não tentará a reeleição.

Trump comentava sobre a crise política no Texas. Deputados republicanos tentam mudar o mapa eleitoral do estado para favorecer o partido na Câmara. O presidente expressou otimismo em ganhar cinco assentos no Congresso devido a um “bom governador” e ao fato de ter recebido o “maior número de votos na história” no estado.

Após a menção aos votos, Trump foi questionado se tentaria a reeleição. O republicano negou, dizendo que “provavelmente não” concorrerá à Casa Branca em 2028.

No entanto, logo em seguida, Trump acenou sobre a possibilidade. “Ei, Becky [Rebecca Quick, apresentadora do programa], eu gostaria de concorrer. Eu tenho os melhores números de votos que eu já tive”, afirmou.

“Sabe por quê? Porque as pessoas adoram as tarifas. E elas adoram que países estrangeiros não nos roubem mais. Por anos eles nos roubaram — amigo e inimigo”, disse Donald Trump.

CONSTITUIÇÃO IMPEDE QUE TRUMP SE REELEJA

Constituição dos EUA tem regra para reeleições. A 22ª Emenda, de 1951, estabelece que o presidente pode ser eleito para, no máximo, dois mandatos.

A regra é diferente no Brasil. Aqui, a Constituição diz que o presidente pode ser reeleito “para um único período subsequente”. Ou seja, presidentes podem ter três mandatos ou mais desde que não sejam consecutivos, como ocorreu com o presidente Lula (PT).

Trump foi presidente de 2017 a 2021. Republicano venceu Hillary Clinton e tentou reeleição em 2020, mas foi derrotado por Joe Biden.

Steve Bannon, ex-estrategista-chefe de Trump, mencionou que o republicano pode tentar mudar a regra. “Vocês estão prontos para Trump 2028?”, disse Bannon, em dezembro de 2024, durante um evento conservador em Nova York. Trump não fez acenos oficiais neste sentido até o momento.

HISTÓRIA DOS MANDATOS NOS EUA

George Washington, primeiro presidente do país, se retirou da disputa para um 3° mandato em 1796. Ele era bastante popular, mas se recusou a entrar na disputa, argumentando que uma transição de autoridade era importante para evitar um governo com poder similar ao de um rei, segundo o Guia Annenberg da Constituição.

No fim de seu 2° mandato, que ia até 1877, o presidente republicano Ulysses Grant considerou uma reeleição. Mas os democratas, que eram maioria na Câmara dos Representantes, aprovaram uma resolução denunciando o terceiro mandato como violação à tradição política estadunidense.

Theodore Roosevelt, 26º presidente dos EUA, tentou um 3° mandato em 1912. Entretanto, perdeu para o candidato do Partido Democrata, Thomas Woodrow Wilson.

Franklin Roosevelt quebrou a tradição de dois mandatos em 1940. Com a popularidade em alta após guiar o país durante a Grande Depressão, ele se candidatou para a cadeira de presidente pela terceira vez. Em 1944, em meio à Segunda Guerra Mundial, Roosevelt concorreu ao quarto mandato de forma inédita e, mais uma vez, venceu.

Conversas sobre uma emenda que impusesse limites à quantidade de reeleições dos presidentes começaram em 1944. Naquele ano, o candidato republicano Tomas Dewey disse, em discurso, que um possível governo de 16 anos de Roosevelt colocaria em risco a democracia.

A permanência prolongada de Franklin Roosevelt na presidência levou à ratificação da 22ª Emenda em 1951. A movimentação fez com que alguns apoiadores do presidente dentro do Partido Democrata deixassem a campanha, segundo informações do Centro Nacional da Constituição. Roosevelt, por sua vez, argumentava que estava na corrida para manter os EUA fora da guerra na Europa.

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