Ultraortodoxos vão às ruas e prometem reagir após prisão de estudantes em Israel

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “As autoridades enfrentarão um judaísmo ultraortodoxo global unido, lutando por sua alma”, declarou o rabino Dov Landau, líder espiritual dos judeus ultraortodoxos de origem europeia, ao jornal Yated Neeman, principal publicação da comunidade, nesta quinta-feira (7). A manchete era clara: “Guerra”.

A declaração veio após a prisão, no início da semana, de dois irmãos ultraortodoxos -ambos estudantes de seminário em tempo integral- por desrespeitarem ordens de alistamento militar.

No mesmo dia, manifestantes ultraortodoxos tomaram as ruas de Jerusalém para protestar contra as detenções. A polícia usou canhões de água para dispersar a multidão.

A isenção concedida a muitos homens ultraortodoxos do serviço militar obrigatório -exigido de outros judeus, mas não dos cidadãos palestinos de Israel- sempre foi um tema polêmico no país. Com a guerra em Gaza ainda em curso, esse tratamento diferenciado ficou ainda mais evidente, já que o país registra sua maior mobilização militar desde 1973.

Em junho, uma decisão da Suprema Corte israelense colocou fim a décadas da prática e determinou que a isenção era inconstitucional. Dessa forma, no início de julho, o Exército anunciou que dezenas de milhares de ordens de convocação seriam enviadas a judeus ultraortodoxos.

O governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu depende do apoio de dois partidos ultraortodoxos para manter sua maioria no Parlamento. No entanto, a incapacidade de aprovar uma nova legislação que garanta a isenção contínua a estudantes de seminários religiosos colocou essa aliança em risco.

Ambos os partidos ultraortodoxos retiraram seus ministros do governo. Um deles também suspendeu seu apoio nas votações parlamentares.

O serviço militar é uma obrigação para a maioria dos cidadãos judeus de Israel. Mas os ultraortodoxos, que representam 14% da população judaica de Israel com cerca de 1,3 milhão de pessoas, tradicionalmente recebem isenções se estiverem estudando em seminários religiosos.

Essa isenção remonta à fundação de Israel, em 1948, quando grupos foram liberados do Exército como forma de preservar o estudo religioso após a devastação do Holocausto. No entanto, com o aumento populacional dos ultraortodoxos e o fortalecimento político dos partidos religiosos, o número de isentos explodiu.

Aproximadamente 66 mil homens em idade de alistamento recebiam anualmente o benefício da isenção antes da decisão da Suprema Corte.

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