Ventos favoráveis do mercado internacional

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São Paulo, 4 de setembro de 2025 – O mês de agosto foi bastante positivo para os fundos comvalorização em praticamente todas as classes de ativos investidas.

O cenário internacional continua favorável ao câmbio brasileiro, uma vez que os principais bancoscentrais mundiais iniciarão seu ciclo de afrouxamento monetário em breve. O Fed anunciou umcomunicado bastante dovish, mostrando preocupação com o mercado de trabalho americano, reforçandoque o início do corte de juros deve ocorrer em setembro. Este cenário gera um aumento no prêmiopara a taxa de juros Brasil, que atrai fluxo de capital estrangeiro para renda fixa local,pressionando o dólar para baixo e favorecendo ativos de risco domésticos, como ações e rendafixa de longo prazo.

No âmbito doméstico, não temos muitas novidades. Um governo paralisado, buscando narrativas para2026, e uma oposição que parece se organizar junto ao centrão para viabilizar uma candidaturaforte para concorrer à presidência. As recentes pesquisas confirmaram o que afirmamos em cartaspassadas, de que o ganho de popularidade do governo Lula tenderia a ser um voo de galinha e anarrativa de soberania teria vida curta. O efeito prático da desaceleração da economia brasileirabaterá em sua popularidade, mesmo tendo a máquina pública a favor.

Os dados macroeconômicos mostram uma economia desacelerando e sem nenhum vetor de recuperaçãopara 2026. A falta de reformas (fiscal, administrativa, trabalhista, entre outras), que eram vitaisa serem realizadas nos três primeiros anos de governo, impossibilita alguma recuperação daatividade econômica ano que vem. A inflação, graças aos juros elevados, mostra uma convergênciapara o centro da meta. Com isso, abre espaço para nosso cenário de redução de juros ainda emdezembro deste ano. Em suma, teremos um PIB fraco, inflação controlada e queda de juros em 2026.

Continuamos apostando em um mix de renda fixa com títulos atrelados à inflação com duraçãomédia e longa, títulos pós fixados aproveitando a alta da taxa Selic, mesclado com boas açõesdomésticas e internacionais, somado a dólar e ouro para proteção. Acrescentamos recentemente umaposição vendida em soja, uma vez que a entrada da nova safra brasileira fará preço no mercadointernacional e iremos tirar proveito dos altos preço da commodity.

Ambiente Macroeconômico

Internacional

A inflação dos Estados Unidos medida pelo PCE apresentou desaceleração de 0,09%, em linha com oesperado. O núcleo da inflação apresentou uma composição menos benigna, com serviços vindoacima do projetado. O cenário continua de corte de juros em setembro, porém o item de serviçosdemanda atenção futura por parte do Fed.

A disputa tarifária de Donald Trump continua no centro das atenções, com um novo capítulorelevante, uma vez que a Corte de Apelações dos Estados Unidos invalidou tarifas impostas via leide emergência, afetando as tarifas recíprocas. Isto eleva ainda mais a incerteza no mercadoamericano. O cenário fragiliza ainda mais o dólar e favorece moedas como o real, justificando omovimento de câmbio visto no mês de agosto.

Nacional

O PIB brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre ou 2,2% em relação ao mesmo trimestre do anopassado e em linha com as expectativas de mercado. Componentes mais cíclicos mostraramdesaceleração em linha com nossa visão de desaceleração da atividade econômica daqui emdiante, motivada pela alta dos juros. O efeito dos juros são acumulativos e veremos com maior vigoreste impacto na economia a partir do quarto trimestre. Continuamos projetando um PIB de 2% neste anoe uma desaceleração mais forte no ano que vem.

O julgamento de Bolsonaro tem repercussão internacional e o desfecho de sua condenação poderátrazer novas pressões dos Estados Unidos. O evento deve ser acompanhado ao longo deste mês. Aelevação da pressão política brasileira ao longo do mês é esperada e poderá pressionar ativosde risco no curto prazo.

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A coluna Palavra do Gestor é publicada mensalmente pela Agência CMA e escrita por Raphael Juan,sócio-fundador da BBT Asset Management, responsável pela gestão de portfólios e corresponsávelpela área de gestão de risco e trading.

Para contato com a BBT Asset: Tel: 3052 0621Email: raphael.juan@bbtasset.com.br

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