ESPECIAL: 25 DE MARÇO-160 ANOS. O mosaico de trabalhadores da rua que é sinônimo de comércio popular

  • Vídeo reúne impressões de lojistas que vivem o dia a dia da 25 de Março, revelando as dores e delícias de trabalhar na região central
  • Censo 2024 mostra a força da região: 3,8 mil comércios, 36 mil funcionários diretos e fluxo que chega a 800 mil pessoas em datas sazonais
Por Paula Cristina

[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
Entre as vielas estreitas, o sobe e desce das ladeiras e o movimento que começa antes do amanhecer, a vida na 25 de Março é feita por quem mantém o comércio pulsando. Nesta reportagem, que integra o Especial 25 de Março – 160 anos, lojistas que vivem há décadas na região narram, com memória e afeto, as transformações da rua mais famosa do país. Segundo Ondamar Ferreira, gerente da rede Armarinhos Fernando e que trabalha na loja da 25 de Março desde 1988, a 25 mudou mas mantém sua essência. “A rua ganhou novos contornos, com mais tecnologia, mas ainda é esse marco do comércio popular.” A frase sintetiza a tensão entre o passado e o presente que define a região – um lugar onde tradição e modernização se cruzam todos os dias.

Os relatos ajudam a dimensionar a força humana por trás da operação. Segundo o Censo 2024 da Univinco, a região abriga 3.800 comércios, distribuídos entre 590 lojas de rua e 3.210 pontos em galerias e prédios comerciais, ao longo de 17 ruas. A base do comércio é formada por pequenas equipes: 69,6% das lojas têm de 0 a 4 funcionários, enquanto 30% empregam 50 pessoas ou mais, o que totaliza cerca de 36 mil trabalhadores diretos. Dentro desse ecossistema, a questão da limpeza urbana e a organização da via – que precisa fazer carros, pessoas, ambulantes, bicicletas e carrinhos de mão coexistirem – é a principal reclamação dos lojistas ouvidos. Por outro lado, o tópico segurança foi elogiado, com trabalhadores relatando menos incidentes envolvendo furto e roubo. A redução, segundo os lojistas ouvidos, se deu concomitantemente ao aumento do número de câmeras na região central. Segundo o SmartSampa, são 9 mil equipamentos de vigilância e monitoramento na região central, e a rua 25 de Março tem, visíveis, 230 equipamentos, segundo contagem da reportagem.

É esse contingente que sustenta um fluxo diário de 200 mil pessoas, número que alcança até 800 mil em datas sazonais. Mesmo diante das dificuldades — como a redução de 30% no movimento em 2024, a insegurança e a migração para o online —, os lojistas seguem resistindo, reinventando-se e mantendo viva a tradição que fez da 25 de Março um ícone do comércio brasileiro. O vídeo que acompanha esta reportagem registra impressões que os números não revelam: o vínculo, a história e o pertencimento que moldam a identidade da rua.

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