[AGÊNCIA DC NEWS]. Criado há quatro anos, o Pix assumiu o primeiro lugar entre os meios de pagamento usados pela população, segundo a pesquisa O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, publicada nesta sexta-feira (20) pelo Banco Central (BC). A modalidade é apontada como mais usada por 76,4% dos entrevistados, ante 46,1% em 2021. O dinheiro em espécie, que liderava, caiu para o terceiro lugar – de 83,6% para 68,9%. Foi ultrapassado também pelo cartão de débito, que foi de 61,7% para 69,1%. Em quarto está o cartão de crédito (de 44,5% para 51,6%). O BC ouviu 2 mil pessoas de 28 de maio a 1º de julho. Metade era de estabelecimentos comerciais.
O dinheiro físico ainda é bastante usado, mas a pesquisa mostra que a frequência está caindo. Em 2021, por exemplo, 44,2% dos entrevistados disseram usar notas e moedas “frequentemente” (24,1%) ou “muito frequentemente” (20,1%). Agora, são 31,6% – 18,4% e 13,2%, respectivamente. O uso pouco frequente subiu de 46,5% para 54,3%, enquanto 14% afirmaram não fazer uso de dinheiro em espécie. Eram 9,2% três anos atrás.
De acordo com o BC, a utilização de cédulas e moedas é mais frequente entre homens (70,5%) do que entre mulheres (67,6%). No recorte por renda, sobe a 75% entre aqueles que recebem até dois salários mínimos e vai a 69% na faixa de dois a cinco mínimos. Cai para 59,4% entre as pessoas que ganham de cinco a dez e a 58,3% na faixa de dez mínimos em diante. Além disso, o dinheiro físico é mais usado por pessoas com 60 anos ou mais (72,7%) do que entre jovens de 16 a 24 anos (68,6%). Nesse mesmo grupo, a preferência pelo Pix vai a 87%. É ainda maior de 25 a 34 anos (91,2%)| e de 35 a 44 anos (91,1%). Diminui (43,9%) na faixa acima dos 60. No comércio, os principais meios de pagamento aceitos beiram os 100%: dinheiro (99,1%), débito (98%), crédito (97,4%) e Pix (98,7%). O vale (refeição ou alimentação) é aceito por 13% e o cheque, por 7,3%.
O dinheiro ainda lidera nas compras de menor valor, até R$ 10 – 43,3% dos entrevistados usam essa modalidade. Com percentuais que variam de 31,5% a 37,6%, o Pix é a forma de pagamento mais usada nos demais casos. Nas compras de R$ 100 a R$ 500 e acima desse valor, o cartão de crédito é a segunda opção. Os entrevistados veem o Pix como mais vantajoso em quase todos os quesitos (facilidade de uso, controle de gastos, aceitação, segurança, comodidade, gastos emergenciais). O cartão de crédito fica em primeiro no item parcelamento de despesas. Pela pesquisa, a tendência é que o uso de dinheiro continue diminuindo: 53,4% disseram que provavelmente não continuarão pagando dessa forma daqui a cinco anos. “A pesquisa mostra que a agenda de digitalização do Banco Central, com o Pix, está a todo vapor, mudando os hábitos de pagamento dos brasileiros”, afirmou o diretor de Administração do BC, Rodrigo Teixeira. “E a tendência é de aumento do Pix para os próximos anos. Com o Pix Automático e o Pix por aproximação, certamente teremos um novo mapa de pagamentos no país, que deve ser refletido na próxima pesquisa.”