[AGÊNCIA DC NEWS]. A pesquisa global The Road Ahead: Unlocking the Future of Transportation Management, realizada pela empresa de soluções logísticas Manhattan Associates em parceria com a analista de mercado Vanson Bourne, especializada em pesquisas B2B, revelou que 48% das empresas entrevistadas perdem pelo menos 10% do orçamento logístico de transporte com erros e disrupções. O relatório, que ouviu 1,4 mil tomadores de decisão em empresas da América Latina, América do Norte, Europa e Austrália – incluindo representantes do setor varejista brasileiro – mostrou que a gestão de transporte virou estratégica para 78% das companhias. E esse número deve subir para 86% até 2030. “A gestão de transporte está mais complexa, pressionada por prazos mais curtos, capacidade, eficiência e regulamentações ambientais”, afirmou Bryant Smith, diretor de Sistemas de Gestão de Transporte (TMS) da Manhattan Associates.
Dentre as disrupções, a visibilidade da cadeia logística tem sido uma das prioridades das empresas, visto que 60% delas afirmam que melhorar a visibilidade aumenta a satisfação dos clientes. São consideradas melhorias as atualizações mais precisas e em tempo real. Além de agradar os clientes, a redução de custos com transporte é apontada como outro dos principais benefícios da visibilidade operacional, sendo citada por 50% dos entrevistados. Metade deles também relatou dificuldades em redirecionar cargas proativamente – e 49% enfrentam desafios na otimização do trabalho em pátios e armazéns.
Diante de uma perspectiva na qual os clientes exigem prazos de entrega cada vez menores, além das outras pressões regulamentares, a tecnologia parece ser a aposta das empresas para solucionar esses problemas. Pelo menos 61% das empresas esperam utilizar agentes autônomos de inteligência artificial (IA) para decisões logísticas até 2030, mas poucos estão realmente preparados. Isso porque, atualmente, só 37% já integraram profundamente soluções de IA e aprendizado de máquina aos seus sistemas de gestão de transporte (TMS).
A pesquisa evidencia ainda que as organizações reconhecem o potencial da IA, mas esbarram em obstáculos como a falta de talentos especializados (49%), dificuldade de integração (44%) e baixa qualidade de dados (44%). “Aquelas que ainda não avançaram com IA correm o risco de perder fatias significativas e talvez irrecuperáveis de mercado”, afirmou a Manhattan em comunicado.
SUSTENTABILIDADE – A pauta ambiental também aparece como um dos principais desafios para o futuro das cadeias de suprimentos. Conforme o estudo, 69% das empresas sentem forte pressão ou obrigação legal para tornar seu transporte mais sustentável. E a conformidade com legislações ambientais é o obstáculo mais citado com potencial de impacto nos resultados organizacionais nos próximos cinco anos.
Mesmo ciente das preocupações, somente 34% das companhias integram critérios sustentáveis ao planejamento operacional, 30% consideram isso nas decisões de compra e 31% oferecem combustíveis com baixa emissão de carbono. “Muitas empresas ainda não estão preparadas para enfrentar as exigências de sustentabilidade e das expectativas em relação à IA”, disse Smith, diretor da Manhattan.
OTIMISMO – Apesar dos desafios, há otimismo. A maioria dos entrevistados (82%) acredita que os avanços em planejamento e modelagem logística reduzirão os custos de frete em pelo menos 5% até 2030. Mas essa economia dependerá de uma transformação estrutural no uso da tecnologia. Poucas empresas (36%) ainda aproveitam funções como automação de reservas, detecção de demanda em tempo real (35%) e análise de tendências históricas (38%).