Remessa Conforme atinge maior patamar de vendas desde julho de 2024 – mas segue 14% abaixo do visto há um ano

Uma image de notas de 20 reais
Segundo a Receita Federal, tíquete médio por compra no mês de julho foi de R$ 96
(Freepik)
  • Volume de vendas atinge o maior patamar desde julho do ano passado, alcançando R$ 1,35 bilhão, mas não ameaça varejistas de moda brasileiras
  • Resultado ainda é inferior ao verificado há 12 meses, quando as compras internacionais somaram R$ 1,58 bilhão, segundo a Receita Federal
Por Victor Marques Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. Relatório do Santander, assinado pelos analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, apontou recuperação das vendas dos e-commerces estrangeiros que atuam por meio do Programa Remessa Conforme. Conforme os dados da Receita Federal e analisados pelo banco, o volume de vendas atingiu o maior patamar desde julho do ano passado, alcançando R$ 1,35 bilhão. A cifra compreende alta mensal de 4,8% (contra R$ 1,29 bilhão de junho), mas ainda segue 14% inferior a cifra registrada em julho de 2024, período em que as vendas somaram R$ 1,58 bilhão. “O aumento da tributação continua a restringir as compras transfronteiriças, mas os últimos meses sugerem uma recuperação da procura” afirmou o relatório.

Nos últimos três meses, as vendas se acomodaram em valores próximos a R$ 1,3 bilhão, o que, segundo o relatório do Santander divulgado no dia 19 de agosto, mostra uma estabilização e uma recuperação gradual após o aumento dos tributos, apesar de ainda não ter chegado aos níveis anteriores aos tributos da Remessa Conforme. O volume de remessas também atingiu o maior desde julho de 2024 (18,6 milhões), ao alcançar 14,2 milhões e ticket médio de R$ 96. Na prática, o Programa Remessa Conforme (PRC) certifica empresas de comércio eletrônico que seguirão regras de importação diferenciadas. Os sites adequados ao programa são obrigados a mostrar, na página de cada produto oferecido, que ele é proveniente do exterior e o item será importado. Deve haver ainda uma declaração de importação, e o valor total que será cobrado do comprador – fazendo discriminação do valor do produto em si, do frete (se houver), do seguro (se houver), do Imposto de Importação, do ICMS e de outras despesas.

Mesmo com o avanço das vendas internacionais, o relatório do Santander, que visa trazer informações ao investidor que compra papéis do varejo, afirmou que, para os varejistas listados na B3, o ambiente doméstico continua saudável, com nenhuma evidência de pressão renovada pela concorrência internacional. “Uma leitura positiva para C&A, Renner e Guararapes”, informa o relatório. Sem sinais de crescimento exponencial nas importações,  o banco vê o cenário competitivo melhorando, especialmente para os players de fast-fashion. “O potencial debate político sobre novos ajustes nos impostos de importação continua sendo a principal variável a ser monitorada.”

De acordo com a Receita Federal, os consumidores brasileiros gastaram quase R$ 15 bilhões em cerca de 190 milhões de encomendas internacionais em 2024. O valor representa novo recorde histórico. Em 2023 – maior volume registrado até então – foram gastos R$ 6,42 bilhões em cerca de 210 milhões de encomendas.

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