Accyoli, da Re/Max: "Não me interesso por macroeconomia. Algo sempre move as pessoas (para a compra de imóvel)"

  • Accyoli, CEO da Re/Max: “Educação transforma. Um corretor bem preparado é a minha principal aposta”
  • Empresa deve fechar este ano com R$ 15 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), alta anual de 20%. Para 2030, meta é chegar a R$ 25 bilhões
Por Bruna Lencioni

[AGÊNCIA DC NEWS]. Nascida nos Estados Unidos no começo dos anos 70, a Re/Max (a empresa grafa RE/MAX) se define como a maior organização em transações imobiliárias no mundo. No Brasil, projeta encerrar 2025 com um Valor Geral de Vendas (VGV) próximo de R$ 15 bilhões, 20% sobre os R$ 12,5 bilhões registrados no ano passado. Apesar do cenário macroeconômico desafiador, com juros altos. O CEO Peixoto Accyoli aposta em inputs sociais e comportamentais como motores do setor. “Sempre vai haver um fato que move as pessoas”, afirmou durante entrevista ao videocast DC NEWS TALKS. Ele diz que mudar de imóvel está ligado a eventos marcantes, como nascimento, casamento, divórcio ou promoção profissional, o que sustenta o seu ponto de vista: “Não me interesso por macroeconomia”.

Para o executivo, fatores como inflação e a taxa Selic são relevantes, mas não determinantes. “As pessoas vão continuar comprando e vendendo imóveis porque a vida exige isso”, disse. Ele afirma que mesmo em países com cenários ainda mais críticos, como a Venezuela, é possível buscar resultados. “Vendem 150 imóveis por mês sem crédito imobiliário”, afirmou. Accyoli também citou a Argentina como exemplo. “O país vende imóveis [praticamente] sem crédito imobiliário. O cliente existe e sempre existirá.” Para o CEO, a Re/Max tem colhido os frutos de um modelo de cinco décadas baseado em formação de corretores, descentralização e capilaridade. “O mercado está mais competitivo, mas ainda há espaço para quem se prepara.”

À frente da Re/Max desde 2016, Accyoli conduz uma estratégia de expansão acelerada. Quando assumiu a cadeira de CEO, a rede tinha 117 franquias e cerca de R$ 500 milhões em VGV. Hoje, são mais de 600 unidades, aproximadamente 10 mil corretores e 12 mil pessoas envolvidas na operação. “Fui o primeiro funcionário da companhia no Brasil”, disse. Segundo ele, parte do crescimento vem da padronização do modelo americano e do foco consistente em treinamento. “Educação transforma. Um corretor bem preparado é a minha principal aposta.”

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A visão da companhia está desenhada até 2030. A meta é alcançar 1 mil franquias, 15 mil corretores e R$ 25 bilhões em vendas anuais, com R$ 1 bilhão em comissões. “O destino está definido. Podemos mudar a rota, mas não mudamos o destino”, afirmou Accyoli. Ele destaca que o plano é sustentado por verticais como Re/Max Collection (alto padrão), Re/Max Agro e Re/Max Commercial (segmento corporativo). A companhia tem soluções para diversos perfis de imóveis. “Do interior do Rio Grande do Norte até apartamentos de R$ 45 milhões em condomínios de luxo.”

Fundada em 1973 em Denver, no Colorado (EUA), a companhia – que chegou ao Brasil em 2009, mas levou pelo menos seis anos para ganhar tração por aqui – atua em 123 países e se posiciona como a imobiliária que mais vende imóveis no mundo: uma transação a cada 20 segundos. No mercado brasileiro, a disputa pela liderança se intensificou nos últimos anos. “Este ano, passamos a Lopes em vendas”, afirmou o CEO. “Eles fizeram R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre. Nós fizemos R$ 3 bilhões.” Para Accyoli, a diferença está no modelo de franquias. “Nascemos como franchise. Nosso foco é fazer o corretor e o franqueado vencerem.” Confira a entrevista.

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