DC NEWS. Entenda o que está por trás (e os reflexos em toda a economia) do tarifaço de Trump

  • DC NEWS recebe o economista Ulisses Gamboa e o cientista político Rafael Cortez para debate em torno das taxações de Donald Trump
  • Cenário significa uma reconfiguração da política comercial externa dos EUA com o mundo, pelo menos enquanto Trump estiver presidente
Por Bruna Lencioni Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. O presidente americano Donald Trump oficializou na última quarta-feira (30) como ficará o pacote de tarifas para o Brasil. Anunciado dia 9 de julho de maneira unilateral e linear – taxar em 50% qualquer produto exportado para os Estados Unidos –, ele mais uma vez voltou atrás e decidiu que uma extensa lista de 694 itens estariam de fora, de petróleo a itens de aviação e metais básicos, e adiou a aplicação das taxas até a próxima semana. Trump não escondeu que o motivo de suas taxações é forçar o Judiciário brasileiro a encerrar o processo que move contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Para mostrar que realmente seu pacote não se trata de motivação comercial e sim política, ele decidiu incluir na manifestação da quarta-feira o anúncio de punições contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky. A medida foi publicada em site do Tesouro americano. Por meio dessa decisão, o governo Trump determina o congelamento de qualquer bem ou ativo que Moraes tenha nos Estados Unidos e também pode proibir entidades financeiras americanas de fazerem operações em dólares com uma pessoa sancionada. Isso inclui as bandeiras de cartões de crédito Mastercard e Visa, por exemplo.

A Agência de Notícias DC NEWS debate o tema em uma live agora com dois especialistas, no ar em seu canal no Youtube. Um economista e um cientista político discutem o tema. Ulisses Gamboa é economista-sênior do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Gamboa é economista com pós-doutorado em História Econômica pela University of California at Los Angeles (UCLA) e doutor em economia pela FEA/USP. O outro debatedor será Rafael Cortez. Sócio da Tendências Consultoria, onde atua há 16 anos como analista de risco político, ele é formado em Relações Internacionais pela PUC de São Paulo, e mestre e doutor em Ciências Políticas, pela USP.

Escolhas do Editor

ESCALADA TRUMPISTA – Na carta executiva da última quarta-feira, o presidente afirmou que as medidas valeriam em sete dias. Essa escalada protecionista teve início em fevereiro de 2025, quando Trump anunciou a primeira leva de tarifas contra México e Canadá. Desde então, a ofensiva comercial se estendeu a dezenas de países. Trump foi e voltou de suas ameaças, fez acordos impondo taxas menores do que havia prometido e suspendeu prazos de validade. Essa ausência de credibilidade na palavra do presidente americano não deixa, no entanto, de provocar consequências práticas, já que o processo produtivo, legal e logístico de quem atua com comércio exterior pede prazos extensos e, principalmente, previsibilidade.   

O cenário significa uma reconfiguração da política comercial externa dos Estados Unidos com o mundo, pelo menos enquanto Trump estiver presidente. Especialistas apontam que, além do impacto econômico, o tarifaço não é só sobre o Make America Great Again (Maga), mas tem conotação política e eleitoral, ao reforçar a imagem de Trump como defensor da indústria nacional americana. Para o Brasil, o desafio é reposicionar-se estrategicamente diante do novo cenário geopolítico e proteger seus setores mais vulneráveis.

Acompanhe a live. E siga a Agência DC NEWS nas redes sociais: @DCNEWS.

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