BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta terça-feira (1º) que o envio das empresas de apostas esportivas -as bets- irregulares para bloqueio pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) deve ser feito aos poucos. “Nós não temos condições de fazer a varredura de toda a internet em pouco tempo.”
Haddad afirmou também que recomendou ao secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena, que já sejam excluídas da lista de bets autorizadas a operar no Brasil até dezembro as empresas que não cumprem os requisitos do edital.
“Ele está trabalhando nesta lista agora. E, conforme eu disse, como ele está tendo que justificar o eventual indeferimento, tem que fazer isso de maneira robusta do ponto de vista jurídico para não ter problemas”, disse. A publicação da lista, afirmou, segue prevista para esta terça.
Haddad disse, mais cedo, que é urgente tomar providências para restringir a publicidade de casas de apostas esportivas -as bets- na televisão e em outros meios de comunicação.
A questão das bets foi discutida nesta terça pelo chefe da equipe econômica em uma reunião com representantes do Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) e da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e da AIR (Associação Internacional de Radiodifusão).
“A gente entende que é urgente uma tomada de providências para evitar esse assédio televisivo, de meio de comunicação”, afirmou.
Após o encontro, o presidente da Abert, Flávio de Lara Resende, disse que foi acordado na reunião que somente serão veiculadas publicidades de bets presentes na lista de autorizadas pela Fazenda.
“Não faremos em nenhuma hipótese publicidade de empresas que não sejam regulares”, afirmou a jornalistas após a reunião.
Haddad disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tende a vetar o uso do cartão do Bolsa Família para apostas online, mas que ele ainda ouvirá o posicionamento dos ministros sobre o tema antes de tomar uma decisão.
“É uma decisão que não vai ser exclusiva da Fazenda, vai envolver os outros ministros também, porque é importante que eles se manifestem sobre isso. […] O presidente [Lula] está inclinado a não permitir [uso do cartão do Bolsa Família]. Mas vai ouvir os ministros”, afirmou.