BTG: Varejo farmacêutico segue em crescimento no 2º trimestre, apesar dos juros altos e crédito mais restrito

Uma image de notas de 20 reais
Entre os maiores resultados de vendas nas mesmas lojas está o Pague Menos, com crescimento de 18,1%
(Freepik)
  • Análise do BTG conclui que o setor registra resultados robustos no segundo trimestre, derivado dos genéricos e isentos de prescrição
  • Para o banco, setor deve manter crescimento no ano, mas pode ser limitado pela continuidade da alta na Selic e crédito mais seletivo
Por Victor Marques Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. O BTG Pactual analisou os resultados do varejo farmacêutico via relatório, assinado pelos analistas Luiz Guanais, Yan Cesquim e Pedro Lima. A análise feita concluiu que o setor manteve um desempenho robusto no segundo trimestre de 2025, puxado principalmente pelas vendas de genéricos e medicamentos isentos de prescrição (OTC). Para chegar a essa conclusão, o banco analisou dados do Sindusfarma, compilados pela IQVIA, que mostraram que o sell-out da indústria farmacêutica cresceu 11,7% em julho, na comparação anual. “O setor farmacêutico foi um dos destaques do segundo trimestre”, afirmou o relatório. “Os dados preliminares comprovam o forte cenário de crescimento que ajudou nos resultados desta temporada de resultados.”

Conforme os dados do Sindusfarma, o movimento prolonga a sequência positiva dos últimos meses, quando o indicador avançou 10,3% no segundo trimestre, 12,7% em junho e 14,3% em maio. Mais precisamente, o sell-out do setor cresceu 10,3% no segundo trimestre de 2025, 12,7% em junho e 14,3% em maio, impulsionados pelo desempenho dos medicamentos de isentos de prescrição e genéricos, “que vêm superando outros segmentos desde maio.” Os genéricos cresceram 14,7% em julho na comparação com o mesmo período do ano passado, após alta anual de 12,9% em junho e de 13,4% em maio.

O bom desempenho se traduziu nos resultados consistentes do segmento no segundo trimestre. A RD Saúde (RaiaDrogasi), que vinha de um primeiro trimestre mais fraco, surpreendeu positivamente. Receita líquida de R$ 11,6 bilhões (+12%), lucro líquido de R$ 400,9 milhões (+15%) e Ebitda de R$ 882 milhões (+7,3%). A Pague Menos e a Panvel também reportaram forte crescimento de vendas em mesmas lojas e ganhos de margem. A primeira registrou crescimento de 18,1% nas vendas nas mesmas lojas, o lucro líquido ajustado da companhia avançou 36,2%, para R$ 60,2 milhões no segundo trimestre. Já a Panvel, registrou alta de 14,4% nas vendas em mesmas lojas, o lucro líquido ajustado, por sua vez, somou R$ 28 milhões, avanço de 39,5% em um ano.

Escolhas do Editor

Apesar do cenário favorável, o BTG afirma que o varejo continua altamente sensível às condições macroeconômicas. “Há preocupação de que as restrições de crédito nos próximos meses possam impactar o consumo”, afirmou. Além disso, os juros mais altos representam um risco para o ritmo de desalavancagem financeira do setor. “Após o rali das ações entre abril e junho, investidores reduziram a exposição nos papéis do setor.” Para o banco, a continuidade da valorização das empresas depende de dois fatores principais. A queda continuada dos juros reais a longo prazo e revisões positivas de lucros. O BTG é comprador de ações da RD Saúde, Pague Menos e Panvel.

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