Conta de luz aumenta a partir desta terça com bandeira vermelha 2; veja como economizar

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A partir desta terça-feira (1º), a conta de luz ficará mais cara com o acionamento da bandeira vermelha nível 2. Consumidores, comércios e indústrias terão acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos com a nova bandeira, que não era acionada desde agosto de 2021.

O acionamento da bandeira mais cara de todas é uma das medidas anunciadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para enfrentar a grave seca do país, que exige o acionamento de usinas termelétricas devido ao baixo nível dos reservatórios. Segundo Victor Iocca, diretor de energia elétrica da Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres), o sistema de bandeiras é uma forma de mostrar aos consumidores que a energia gerada está mais cara.

“Se o sistema elétrico está precisando que mais termelétricas sejam ligadas, você começa ligando as termelétricas mais baratas. Só que se o país tem a necessidade de ligar quase todas as termelétricas, essas últimas geralmente têm um custo muito alto. Quem paga pelo custo do acionamento dessas termelétricas são todos os consumidores”, diz.

“Tivemos um ano de 2024 com uma média de chuvas bem ruim, então isso não só contribuiu para esvaziar nossos reservatórios mas também carrega um sinal negativo para as próximas semanas, até o final do ano. Se na média as chuvas continuarem ruins, a tendência é que o nível de armazenamento baixe ainda mais e, com isso, precisaria ligar mais e mais termoelétricas caras”, diz.

Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente dos Consumidores de Energia e ex-diretor geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), afirma que o mais importante da bandeira é comunicar ao consumidor que o país enfrenta um momento de dificuldade na geração de energia.

COMO ECONOMIZAR ENERGIA?

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A Enel dá algumas dicas aos consumidores de como economizar energia:

– Dê preferência para lâmpadas LED; elas consomem menos e duram até dez vezes mais

– Não ligue muitos aparelhos na mesma tomada utilizando “T’s”, pois isso pode provocar aquecimento nos fios, causando desperdício de energia e até mesmo acidentes graves

– Desligue o ventilador e/ou umidificador sempre que sair do ambiente

– Ao comprar um eletrodoméstico, verifique se ele possui o Selo Procel de Economia de Energia classe A, que identifica os campeões em economia

Ar-condicionado:

– Instale o aparelho em local arejado, com boa circulação de ar

– Um aparelho do tipo split, com potência entre 10 mil e 15 mil BTU’s, usado 8 horas por dia, consome em média 194 kWh no mês, o que pode corresponder a mais de R$ 180 na conta de energia

– Evite áreas expostas ao sol e mantenha os filtros limpos para não forçar o aparelho a trabalhar.

– Evite o frio excessivo, regulando a temperatura em cerca de 23 graus. Quanto mais frio, maior o consumo de energia

Chuveiro elétrico:

– Sempre que possível, mantenha-o na função verão

– Lembre-se de fechar a torneira para se ensaboar e limpe a saída da água periodicamente

– Procure ligar o chuveiro quando a maioria dos outros aparelhos estiver desligada para não sobrecarregar a rede elétrica

– Nunca mova a chave verão/inverno do seu chuveiro com ele ligado. O choque pode ser fatal

– Cada chuveiro deve possuir um disjuntor independente, direto da medição. Se você tem dois chuveiros, instale dois disjuntores adequados à potência de cada um

– Nunca reutilize uma resistência queimada

Refrigeradores:

– Faça revisões periódicas com profissionais capacitados nas borrachas de isolamento das portas e sensores de temperatura, para evitar consumo excessivo

– Evite abrir os equipamentos com frequência, pois o ar quente exige mais energia para resfriar e atingir novamente a temperatura ajustada

– Mantenha as saídas de ar do congelador desobstruídas

– Não forre as prateleiras, pois isso dificulta a circulação interna do ar

– Instale os aparelhos em locais bem ventilados, longe do fogão, aquecedor e áreas expostas ao sol

– Mantenha portas e janelas fechadas para evitar que o ar frio escape

– Ao comprar, prefira modelos com bons índices de eficiência energética, como aqueles com Selo Procel/Inmetro de economia de energia

– Não desligue o ar-condicionado pelo disjuntor; utilize sempre o botão específico do próprio aparelho

AR-CONDICIONADO TRAZ CONFORTO TÉRMICO, MAS PESA NO BOLSO

As ondas de calor fizeram com que o ar-condicionado ganhasse destaque entre os ‘vilões’ da conta de luz dos brasileiros. Além do chuveiro elétrico, refrigeradores, ferros de passar e máquinas de lavar roupas também contribuem para pressionar o bolso.

“Estamos na quinta ou sexta onda de calor no Brasil. Se você olhar o mapa do Brasil, ele todo está com temperaturas entre 35 e 40 graus. Ao longo do dia, se usa o ar-condicionado, se usa o ventilador. Então eu diria que, substituindo os chuveiros elétricos, hoje os equipamentos de refrigeração são os grandes consumidores de energia. Eu não vou chamar de vilão, muito pelo contrário, são até muito bem-vindos, mas são aqueles que são os maiores consumidores de energia”, diz Barata.

“Não recomendaria, de forma alguma, que não use o ar-condicionado. Pessoas compraram o aparelho e têm direito ao conforto. A energia elétrica hoje é imprescindível na vida das pessoas e nós entendemos que ela deve ser utilizada de forma esperta. Basta utilizar entre os 23, ou 24 graus, que você consome menos energia. Isso vale também aos prédios comerciais”, diz Barata.

Iocca aponta que subsídios e políticas públicas também aumentam a conta de luz dos brasileiros. “Hoje, essas políticas públicas já ultrapassaram a ordem de R$ 40 bilhões. Estamos falando de 13% a 15% da conta final de uma residência, não tem nada a ver com o setor elétrico, refere-se exclusivamente a subsídios, os mais diversos possíveis, que foram criados pelo Congresso Nacional, ou referendados pelo próprio Poder Executivo da ocasião. Isso gera um impacto muito grande na conta final de milhões e milhões de famílias brasileiras.”

QUAIS SÃO AS BANDEIRAS DA CONTA DE LUZ?

– Bandeira verde: indica que não houve alterações nas tarifas de consumo e as condições para produzir energia elétrica estão moderadas.

– Bandeira amarela: aponta um primeiro sinal de alerta e um aumento de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos.

– Bandeiras vermelhas: indicam urgência para economia de energia e são divididas em duas categorias. Patamar 1 e 2, correspondentes a acréscimos de, respectivamente, R$ 4,463 a R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.

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