E-commerce sobe 287% de 2016 a 2023 e soma R$ 205 bilhões, mas reduz ritmo. São Paulo responde por 1/3

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Todos os estados tiveram alta em relação a 2016, mas maioria caiu no ano passado
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  • Depois de salto no início da pandemia, vendas tiveram "arrefecimento" e ficaram praticamente estáveis no ano passado (0,2%)
  • Pesquisa da Fecomercio destaca queda em São Paulo em 2023 e "insegurança logística" no Rio de Janeiro
Por Vitor Nuzzi

As vendas via e-commerce no Brasil cresceram 286,7% de 2016 a 2023, passando de R$ 53 bilhões para R$ 205,1 bilhões. Os dados, com valores de agosto, são de pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – as bases de dados são do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio (MDIC) e do IBGE, além da própria entidade. De acordo com o levantamento, a maior alta no período foi registrada em Alagoas, 436,9%, embora o estado tenha pequena participação no geral (R$ 2,1 bilhões). Já São Paulo está próximo da média nacional, com crescimento de 285,8%. O estado mais populoso da federação soma R$ 67 bilhões em 2023.

No entanto, ainda de acordo com a Fecomercio, o ritmo de alta tem arrefecido depois de salto registrado no período da pandemia. De 2019 para 2020, por exemplo, as vendas online subiram 80,9%. Em 2021, na comparação com o ano anterior, o aumento foi de 34,1%. Já foi bem menor em 2022 (9,9%, atingindo R$ 204,7 bilhões) e praticamente residual em 2023 (0,2%). Em São Paulo, que representa um terço do setor (32,7%), a receita caiu 1,6% de 2022 para 2023. “Considerando que se trata do maior mercado consumidor — e, ainda, do principal emissor de mercadorias no Brasil —, essa retração é sentida em todas as outras regiões”, disse a FecomercioSP.

Assim, se em relação a 2016 todas as unidades da federação mostram crescimento, na comparação 2022/2023 os dados revelam outro cenário: queda em 15 e alta em 12. “Os mesmos problemas estruturais que frearam o crescimento entre 2016 e 2023 também causaram quedas mais acentuadas nos estados do Norte nos últimos dois anos”, afirmou a Fecomercio. Apenas em Roraima, a retração foi de 10,3%. No Nordeste, o Ceará caiu 7% (para R$ 4,7 bilhões), enquanto no Sul o Paraná recuou 4,1% (R$ 12,1 bilhões) e Santa Catarina subiu 3,3% (quase R$ 10 bilhões). Já Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, foi o principalmente destaque de alta: 46,5%, para um total de R$ 3,4 bilhões. Depois de São Paulo, aparece Minas Gerais, com R$ 23,1 bilhões de receita – aumento de 3% no ano passado e de 295% em relação a 2016.

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Segundo a pesquisa, os principais aumentos no período 2016/2023, além de Alagoas, são de Goiás (399%, para R$ 6,3 bilhões) e Mato Grosso (375%, para R$ 3,4 bilhões.). A menor taxa de crescimento entre 2016 e 2023 é do Acre: 171%, para R$ 274 milhões. Em valores, só fica à frente de Roraima (R$ 206 milhões) e Amapá (R$ 208 milhões). A Fecomercio informa que nenhum estado da região Norte atinge R$ 1 bilhão em vendas on-line. Atribui o desempenho a “problemas logísticos, como estradas ruins e poucos acessos, especialmente nas áreas rurais, o que encarece o frete e torna os produtos menos competitivos”. 

A entidade destaca ainda o resultado, considerado negativo, do Rio de Janeiro. “Embora tenha o terceiro maior mercado consumidor do comércio eletrônico brasileiro, com quase 10% de participação entre todas as vendas do País, as receitas do estado subiram 226%, entre 2016 e 2023, bem abaixo da média nacional (286,7%).” No ano passado, a receita somou R$ 19,9 bilhões. Para a Fecomercio, os dados revelam “insegurança logística” no Rio. Isso porque “o excesso de ocorrências envolvendo cargas roubadas limita o envio de mercadorias, sobretudo para a capital, também encarecendo o frete”. Em participação, Minas (11,3% do total) fica à frente do Rio (9,7%). Na sequência, vêm os três estados do Sul: Rio Grande do Sul (6,1%), Paraná (5,9%) e Santa Catarina (4,9%). Bahia é o sétimo estado em participação, com 4,7%). Três estados têm 0,1% cada: Acre, Amapá e Roraima.

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