[AGÊNCIA DC NEWS]. Fundada na Vila Madalena, em 1985, a Livraria da Vila completa 40 anos em 2025 com planos de expansão que envolvem novas lojas físicas, na contramão do mercado livreiro, que enfrenta forte concorrência no digital. Entre as apostas da varejista está a abertura de uma grande loja de rua na Avenida Paulista, coroando a efeméride com um espaço planejado pelos gestores da rede. Eliana Menegucci, CEO da Livraria da Vila há pouco mais de um ano, disse em entrevista ao DC NEWS TALKS que o local passa por obras e que a inauguração deve acontecer até o final do ano. “A loja da [Avenida] Paulista é um marco, uma aposta e faz parte das comemorações dos 40 anos da Livraria da Vila.”
Para ela, se o país quer incentivar a leitura, é “preciso ter mais livrarias” – esse é o espírito da marca, segundo a CEO, que guia a administração dela. “Estamos também no digital, vendemos em site, mas gostamos da curadoria do físico e acreditamos nisso”, afirmou. A nova unidade da Avenida Paulista será a quarta loja de rua da rede (hoje a Livraria da Vila está na Vila Madalena, onde nasceu, Jardins e Moema), que já tem 23 unidades espalhadas pelo país até o momento. Com cerca de 800 metros quadrados, a livraria terá um café integrado ao espaço e abrigará cerca de 200 mil livros de todos os gêneros, além das sessões de papelaria, colecionáveis e brinquedos infantis que compõem a maioria das franquias. “Livraria é um espaço democrático, e nada mais democrático do que a Avenida Paulista”, disse.
A Livraria da Vila passou os últimos anos investindo na presença em shoppings em outras regiões, fora de São Paulo mas em um ritmo que considera seguro. “Os shoppings nos procuram falando sobre a carência de livrarias”, afirmou. “Temos sido procurados por vários empreendimentos.” As últimas aberturas da rede foram em shoppings de Brasília e Jundiaí. “O livro acontece na livraria. Quando você quer descobrir uma nova leitura, você vai à livraria”, afirmou a CEO da marca, que aposta no atendimento humanizado de vendedores leitores e em sessões de autógrafos com autores e contação de histórias para atrair os consumidores. A estratégia da marca, que mistura a aposta no físico (com foco em experiência do cliente), presença nas redes sociais e vendas online, vem dando resultados, na análise da CEO, que sustenta a afirmação também via números.
Segundo Eliana, o desempenho da Livraria da Vila tem sido superior ao do mercado. “Temos crescido mais do que a média do mercado, que está em 8,5%“, disse. Um dos grandes desafios mencionados por Eliana, durante a entrevista, é a capacidade dos grandes marketplaces em oferecer preços mais competitivos. “Precisamos de uma regulação, como a França faz. Existem outros países que aderiram.” A “Lei Lang”, ou Lei do Preço Fixo, funciona para regular os preços no país, equiparando a concorrência entre todos os players que vendem livros, seja no físico ou no digital. “Aqui existe a Lei Cortez, que está tramitando em Brasília, que seria equivalente”, disse a CEO. O PL n° 49, de 2015, andou pela última vez em novembro do ano passado, no Senado. O projeto aguarda inclusão na ordem do dia, para ser votado (em votação única). A Agência DC NEWS entrou em contato com a assessoria da senadora relatora do projeto, Teresa Leitão (PT/PE), para saber se há previsão de o projeto entrar na pauta, mas não recebeu retorno. Confira a entrevista.