Empresas debatem perspectivas econômicas e geopolíticas para a mineração-IBRAM

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São Paulo, 29 de outubro de 2025 – A geopolítica dos minerais e os impactos econômicos datransição energética estiveram no centro das discussões do talk-show Perspectivas Econômicas eGeopolíticas para a Mineração, realizado na manhã desta terça-feira, 28 de outubro, durante aExpo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM 2025), no Centro de Convenções Salvador.

O painel, que foi moderado pela vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais daSigma Lithium, Lígia Paula Sica, reuniu executivos de grandes companhias nacionais e globais paradiscutir o papel estratégico do setor em um mundo marcado por transformações aceleradas ecrescentes disputas por recursos considerados críticos.

Vivemos um momento em que o mundo está quente, e a mineração desempenha um papel estratégico aoinfluenciar mercados e relações internacionais. Os países buscam garantir acesso seguro aminerais essenciais, especialmente em meio à transição energética, sendo que utilizam diferentesarmas para esta finalidade, observou Lígia Sica ao abrir o debate.

Mineração sob pressão global

O talk-show reuniu o presidente da Alcoa Brasil e vice-presidente das Operações, Daniel dosSantos, o head de Estratégia na Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), EduardoMencarini, o CEO da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Luciano Alves, o CEO da Aura Minerals,Rodrigo Barbosa e o Chief Operating Officer (COO) Global na Anglo American, Ruben Fernandes.

O presidente da Alcoa Brasil destacou o legado da empresa, presente há seis décadas no país, esua integração com as comunidades onde atua. Ele citou o Instituto Juruti Sustentável (IJUS), noPará, como exemplo de gestão autônoma e de longo prazo, além de reforçar o compromisso com adiversidade e a inclusão a companhia tem 30% de participação feminina nos postos de trabalho e33% nos cargos de liderança. Deixar um legado para as próximas gerações é parte essencial danossa missão, afirmou Santos.

Tarifas e competitividade

Os impactos das tarifas do governo dos Estados Unidos sobre o alumínio brasileiro e a crescentebusca do mercado por produtos de baixa pegada de carbono foram analisados pelo CEO da CBA. Ospaíses que têm dificuldade em produzir com baixo carbono enfrentam barreiras para vender, aindamais em cenários adversos, como o atual. Nosso diferencial está no custo competitivo, na qualidadedo produto e na sustentabilidade, observou Alves.

Para o CEO da Aura Minerals, a valorização do ouro como ativo de refúgio em meio às incertezasglobais e à guerra na Ucrânia tem chamado cada vez mais a atenção do mercado. Segundo Barbosa, oBrasil possui posição privilegiada por sua neutralidade geopolítica. O país pode atuar comoparceiro estratégico tanto dos Estados Unidos quanto da China e deve aproveitar essa oportunidade,sugeriu.

Importância da inovação

Os 70 anos recém-completados pela CBMM foram lembrados pelo head de Estratégia da companhia, queressaltou o papel da inovação como eixo da competitividade brasileira. A cooperação entre osatores da mineração é imprescindível para atingir as metas globais de redução de emissões egarantir crescimento sustentável. O futuro passa por tecnologia, parceria e visão de longo prazo,concluiu Mencarini.

Ao final do debate, Lígia Sica destacou que o painel cumpriu a missão da EXPOSIBRAM de promoverdiálogo e integração entre os agentes da mineração brasileira e estrangeira, em um cenárioonde as dimensões econômica, tecnológica e geopolítica estão cada vez mais interligadas. Odesafio é fazer dessa transição energética uma jornada colaborativa, com segurança, inovaçãoe propósito coletivo.

O olhar do Canadá

Momentos antes do talk-show, o embaixador do Canadá no Brasil, Emmanuel Kamarianakis, abordou asnovas dinâmicas geopolíticas dos minerais críticos e a importância da cooperação entre paísesdemocráticos para fortalecer cadeias produtivas seguras, transparentes e sustentáveis.

O diplomata destacou que Canadá e Brasil são pilares da segurança mineral global, com umaparceria histórica que combina potencial mineral e capacidade industrial. O Canadá é um dosmaiores produtores mundiais de potássio, níquel e urânio, enquanto o Brasil é um dos principaisdestinos de investimentos canadenses no setor.

Segurança, soberania e estabilidade

Os minerais deixaram de ser apenas uma questão econômica. Hoje são uma questão de segurança,soberania e estabilidade global, afirmou o embaixador, ao defender a diversificação das cadeias desuprimento e a redução da dependência de centros de refino concentrados em poucos países.

O representante canadense também ressaltou que a mineração responsável é um vetor deestabilidade democrática, destacando a estrutura TSM (Towards Sustainable Mining), criada noCanadá e adotada pelo IBRAM como referência nacional em 2019. Para ele, Brasil e Canadá estãoalinhados na construção de uma nova era mineral, pautada em transparência, rastreabilidade egovernança robusta. O século 21 será movido por energia limpa e guiado por valores limpos. Brasile Canadá estão posicionados para liderar essa transformação, concluiu Emmanuel Kamarianakis.

As informações partem da Assessoria de Comunicação do IBRAM Instituto Brasileiro de Mineraçãoe da EXPOSIBRAM 2025.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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