[AGÊNCIA DC NEWS]. Uma das maiores dificuldades dos pequenos negócios brasileiros é a falta de acesso a empréstimos, de acordo com o Sebrae. A entidade disse que as Micro e pequenas empresas, por exemplo, acessam 20% do total de crédito disponível no mercado. Uma realidade que atrapalha o crescimento os negócios e, por consequência, a economia brasileira. “Uma das dores do Brasil é a concessão de crédito. E o Open Finance pode mudar isso”, afirmou Fernando Amaral, VP de Soluções e Inovação da Visa do Brasil, em entrevista ao DC NEWS Talks. Ele enxerga que a expansão do Open Finance deve impulsionar a oferta de dinheiro a setores como o varejo.
“A Associação Comercial [de São Paulo] trabalha muito nisso. A concessão de crédito é muito menor do que deveria ser.” Na avaliação dele, o Open Finance pode dar mais condição a bancos e fintechs oferecerem dinheiro ao mercado porque eles conseguem analisar melhor o perfil do tomador. “A gente acredita piamente no Open Finance e estamos ajudando a desenvolver esse mercado.” “Quando o mercado conseguir tangibilizar isso ao cliente, vai mudar tudo.” Ele avaliou que o país ainda ‘engatinha’ nesse sentido, mas que há avanços reais. “Somos um caso acelerado no mundo, mas existe um grande trabalho, que envolve também a confiança do cliente.”
A Visa tem um case de Open Finance, disse Amaral, em parceria com a Celero (início da parceria foi em 2022). A Celero se especializou em desenvolver sistemas de gestão para pequenas e médias empresas. Ele consiste em consolidar dados de gestão de fluxo de caixa. “Isso ajuda na gestão e integra a visão geral do negócio”, disse Amaral. O resultado é que é possível avaliar a saúde financeira da empresa, o que facilita a concessão de crédito. “Mais dado, mais confiança para quem empresta”, disse.
DREX – O Drex, moeda digital brasileira, em desenvolvimento pelo Banco Central, tem o apoio de empresas de variados setores, incluindo a Visa. Amaral discorreu sobre esse tema também no DC NEWS Talks. Espera-se que após o estouro do Pix (movimentação em 2024 foi de R$ 26,4 trilhões, de acordo com dados do BC), o Drex ganhe adesão e escalabilidade. A companhia está otimista em relação às moedas digitais, disse Amaral.
O VP também falou em diversificação e agnosticidade para fazer receita. “Acreditamos muito que o mundo vai passar por economia tokenizada. O blockchain e as moedas digitais fazem parte desse futuro”, afirmou. Nessa linha, a Visa construiu uma plataforma, a Vitep, que é nada mais do que uma plataforma de tokenização de ativos. Ela foi construída para ajudar o mercado a usar moedas digitais e pode ser usada também para o Drex. “Para você ajudar o modelo de tokenização é preciso uma infraestrutura importante que tem de ser construída”, disse. Ele destacou que a tokenização já representa 65% das transações online no Brasil, e que isso reduz em quatro vezes a ocorrência de fraudes. “Quando você tokeniza uma transação, cria uma credencial única, o que traz muito mais segurança.”
Outra linha de trabalho da companhia é sobre a aceitação de cartões em regiões menos bancarizadas. Uma das soluções é o tap to phone, que transforma celulares em máquinas. “Já temos mais de 6 milhões de dispositivos habilitados no Brasil, o que facilita o acesso ao crédito em regiões distantes”, disse Amaral. Confira a entrevista.