Jorge Gonçalves, do IDV: "Governo precisa começar a agir na certificação de produtos importados"

  • Presidente da entidade disse que não é contra a livre concorrência, mas que é preciso que todos trabalhem com as mesmas regras
  • "A falta de políticas industriais consistentes resultou em uma dependência cada vez maior de produtos importados"
Por Bruna Lencioni

[AGÊNCIA DC NEWS]. O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que tem entre os seus associados uma boa parte dos maiores nomes do varejo nacional, se posiciona com frequência sobre temas relevantes ao setor, entre os quais o peso dos marketplaces internacionais ao varejo nacional (negativamente). Em entrevista ao DC News Talks, o presidente da entidade, Jorge Gonçalves, deu um panorama do varejo brasileiro e fez críticas, por exemplo, à falta de ação do governo sobre a livre entrada de produtos como brinquedos, eletrônicos, além de cosméticos, sem fiscalização.

Segundo ele, não há controle, enquanto a indústria brasileira segue normas do Inmetro e outros órgãos reguladores. “O governo precisa começar a agir na certificação dos importados.” Ele afirmou que a concorrência é importante para que os empresários sejam estimulados a progredir, mas condiciona isso ao jogo jogado atualmente. “Não somos contra a livre concorrência, mas todos devem jogar com as mesmas regras.” Outro ponto abordado foi a ‘taxa das blusinhas’. Ele avalia a medida como positiva, mas que é pouco diante do volume de impostos pagos pela indústria e o varejo no país. “Falta bastante para equiparar com o que pagamos aqui.”

O efeito da entrada de milhões de produtos oriundos de países altamente competitivos e produtivos, como a China, é também resultado da desindustrialização no Brasil, na análise do presidente. “A falta de políticas industriais consistentes resultou em uma dependência cada vez maior de produtos importados.” No campo macroeconômico, mais uma vez, os juros acendem sinal de alerta. “Os juros elevados encarecem o crédito e dificultam a aquisição de estoques por parte dos varejistas.”

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Confira a entrevista.

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