OMC eleva projeção de crescimento para o comércio mundial em 2024 (de 2,6% para 2,7%) e reduz estimativa para 2025 (de 3,3% para 3%)

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Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da OMC: vigilância para contratempos
Crédito: ©WTO
  • OMC: “Queda da pressão inflacionária permitiu que os bancos centrais das economias avançadas começassem a cortar taxas de juros”
  • Para entidade, recuperação da economia é desigual entre países e cenário ainda é de incerteza política
Por Vitor Nuzzi

A Organização Mundial do Comércio (OMC) acaba de divulgar o relatório Global Trade Outlook and Statistics em que atualiza para cima a estimativa de crescimento do volume de vendas neste ano (de 2,6% para 2,7%) e reduz a projeção para 2025 (de 3,3% para 3%), mantendo a tendência de alta. “A queda da pressão inflacionária permitiu que os bancos centrais das economias avançadas começassem a cortar taxas de juros”, afirmou a OMC no documento. Segundo a instituição, isso deverá estimular o consumo, impulsionar o investimento e apoiar uma recuperação gradual do comércio global. “No entanto, permanecem riscos significativos, como conflitos regionais, tensões geopolíticas e incerteza política.”

No primeiro semestre, o comércio global cresceu 2,3% em relação a igual período do ano passado. A entidade espera expansão moderada no restante deste ano e ao longo do próximo. Ainda assim, são sinais de recuperação após queda de 1,1% em 2023, causada basicamente por inflação mais elevada e aumento das taxas de juros pelo mundo, em especial nas economias desenvolvidas. “Esperamos recuperação gradual do comércio global, mas continuamos vigilantes em relação a possíveis contratempos”, disse a diretora-geral da OMC, a economista nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, que em 2021 substituiu o brasileiro Roberto Azevêdo. “É imperativo que continuemos a trabalhar coletivamente para garantir a estabilidade econômica global e o crescimento sustentado.” Para o PIB, a previsão é de estabilidade neste ano e no seguinte, com crescimento de 2,7%.

No documento, a OMC faz menção à política monetária nos Estados Unidos, onde o Federal Reserve reduziu juros em meio ponto porcentual em setembro – a primeira redução em mais de quatro anos –, enquanto o Banco Central Europeu fez dois cortes de 0,25 ponto cada. E cita Brasil e Japão como exceções: “Ambos aumentaram as taxas de juros devido a pressões inflacionárias persistentes”. O Brasil aparece no topo das listas de exportação (alta de 10%) e importação (18%) no comércio de serviços no primeiro semestre.

Escolhas do Editor

Ainda segundo o relatório, a OMC aponta melhoria gradual da economia mundial, mas com significativas diferenças de performance entre países e regiões. Um “pouso suave” – termo usado para controle inflacionário sem desaceleração que leve a recessões -, diz a organização, dependerá da política de cada país em relação aos juros. Na Europa, a previsão é de queda de 1,4% no volume de exportação neste ano, com crescimento de 1,8% no próximo. Na América do Sul, espera-se crescimento de 4,8% agora e ligeira retração (-0,1%) no ano que vem.

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