Rejeição de Marçal é puxada por imagem pessoal; ideologia afeta Boulos e gestão, Nunes, aponta Datafolha

Uma image de notas de 20 reais

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As rejeições de Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB) estão mais ligadas a questões de imagem pessoal, enquanto para Guilherme Boulos (PSOL) é a ideologia que pesa, e, no caso de Ricardo Nunes (MDB), as críticas à gestão na Prefeitura de São Paulo.

Essa foi a conclusão da pesquisa Datafolha sobre os motivos que os eleitores elencam para não votar de jeito nenhum em um determinado candidato.

Como mostrou a Folha de S.Paulo na quinta-feira (12), Marçal é o candidato que lidera em rejeição, com 44%. No levantamento anterior, dos dias 3 e 4 de setembro, Marçal acumulava rejeição de 38%. O índice subiu seis pontos percentuais em uma semana.

Boulos vem em segundo lugar, com 37%, seguido de Datena, com 32%. Ambos permaneceram estáveis em relação à pesquisa anterior. Nunes, por sua vez, tem rejeição de 19%, sendo que na outra rodada tinha 21%.

O Datafolha constatou que 40% dos que rejeitam Marçal dizem que não votariam nele por questões de imagem pessoal. Formam esse grupo os 17% que dizem não acreditar ou confiar nele e apontam que ele não fala a verdade. E os 10% que afirmam que ele não é competente ou que é despreparado.

A margem de erro, nesse segmento de quem rejeita Marçal, é de 5 pontos para mais ou para menos.

Entre os demais motivos, há 15% que dizem rejeitar o influenciador por questões criminais, como ter histórico duvidoso, ter sido condenado ou ter ligações com o PCC.

Uma parcela de 16% respondeu que a ideologia e a posição política de Marçal é que impedem o voto nele, e 14% dizem rejeitar suas propostas (metade desse grupo afirma que ele não tem projetos). Há ainda 10% que não votariam no autodenominado ex-coach por não conhecê-lo.

Depois de chegar ao topo das pesquisas, Marçal tem sido alvo dos adversários em debates e em peças de propaganda na TV e no rádio -o PRTB não tem direito à propaganda eleitoral. Os principais temas explorados são justamente a condenação por ter feito parte de uma quadrilha que aplicava golpes e as suspeitas de ligação com o PCC por parte de pessoas próximas a Marçal.

Já o problema dos eleitores com Boulos é a sua ideologia, que marca 53% entre os motivos de rejeição -17% dizem que a ideologia do deputado é diferente da sua, é extremista ou não é conservadora; outros 17% afirmam que ele é do PT e que são anti-PT. Ainda nesse grupo da ideologia, 9% declaram não votar em partidos de esquerda.

A segunda principal razão de rejeição para Boulos, com 21%, é apoiar e incentivar invasões de casas e terrenos. A imagem pessoal é mencionada como motivo por 17%. A margem de erro também é de 5 pontos para mais ou para menos.

No caso de Boulos, reforçar a sua ligação com o PT e com o presidente Lula (PT) tem sido uma estratégia da sua campanha, enquanto a atuação no MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) é munição para os rivais -Nunes se refere ao deputado como invasor, por exemplo.

O atual prefeito é rejeitado, para 49% dos que dizem jamais votar nele, por questões relacionadas a propostas ou à falta delas. A maior parcela, 42%, aponta que Nunes tem uma má gestão, não cumpre promessas ou promete coisas que poderia ter feito e não fez.

Motivos relacionados à imagem pessoal de Nunes são apontados por 17%. Para o grupo que rejeita o emedebista, a margem de erro é de 12 pontos para mais ou para menos.

A avaliação de Nunes na prefeitura, no fim de agosto, foi de 25% de aprovação e 25% de rejeição -criticado pelos rivais por não cumprir metas, o emedebista tem baseado sua campanha em entregas.

Datena, por outro lado, pontua mais em rejeição justamente por causa da imagem pessoal, com 38%, enquanto as questões ligadas a propostas chegam a 16%. Há 14% que respondem que ele deveria continuar sua carreira como apresentador de TV.

A respeito da imagem pessoal, 11% apontam que Datena não é competente ou é despreparado; 9% dizem não acreditar nele ou que ele não fala a verdade; mesmo percentual de quem não simpatiza ou não se identifica com ele. A margem de erro, nesse caso, é de 9 pontos para cima ou para baixo.

De forma geral, 27% rejeitam os candidatos por causa da imagem pessoal. No mesmo patamar, há 24% que citam razões ideológicas para sua rejeição. O rechaço devido a propostas abrange 15% das razões, e 15% mencionam desconhecimento do candidato ou de suas propostas, entre outras motivações menos citadas. A margem de erro geral é de 3 pontos para mais ou para menos.

O Datafolha ouviu 1.204 pessoas neste levantamento, contratado pela Folha de S.Paulo e realizado entre os dias 10 e 12 de setembro. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o código SP-07978/2024.

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