Rozenblit, CEO Logitech: "Driblamos fatores econômicos mostrando que produto compensa"

  • O Brasil é atualmente um dos principais mercados da Logitech no mundo. Marca está presente em 30 mil pontos de vendas (físicos e digitais)
  • No segmento gamer, companhia se posiciona como líder global. O CEO disse que esse público forma comunidade, o que ajuda nas vendas
Por Bruna Lencioni | Victor Marques

[AGÊNCIA DC NEWS]. A Logitech, multinacional suíça de tecnologia, enfrenta o cenário de inflação alta e juros elevados com uma estratégia direta ao consumidor: destacar o valor do produto – e não é sobre preço. “Driblamos fatores econômicos mostrando que o produto vale a pena”, disse Jairo Rozenblit, CEO da empresa no Brasil, durante participação no videocast DC NEWS TALKS, da Agência DC NEWS. Com quase 30 mil pontos de venda no país (entre físico e digital) e presença desde 2012 no país, a companhia afirma ter conquistado uma base sólida no varejo, além de liderar em marketplaces. Mesmo frente a fatores que também incluem oscilação cambial, Rozenblit disse que a Logitech “prioriza durabilidade, conforto e produtividade” como argumentos para manter a preferência do consumidor.

Fundada em 1981 em Lausanne, na Suíça, a Logitech começou com o desenvolvimento de mouses e se expandiu para outras categorias como teclados, webcams, headsets e acessórios para games e videoconferência. Todos os produtos são projetados no centro de pesquisa suíço, enquanto a fabricação é distribuída entre China, Vietnã, México e Tailândia. A empresa é listada na Nasdaq e na bolsa suíça SIX Swiss Exchange, com valor de mercado superior a US$ 6 bilhões em 2024. A operação no Brasil foi estruturada por Rozenblit, que iniciou o trabalho sozinho, a partir de casa, e lidera atualmente a presença nos principais canais de varejo e no setor B2B.

O Brasil é atualmente um dos principais mercados da Logitech no mundo. A empresa já tentou entrar no país duas vezes, sem sucesso, antes de consolidar sua operação atual. O modelo implantado por Rozenblit apostou em adaptação ao mercado local e em diferenciais como exposição física dos produtos para teste em lojas. Segundo o executivo, varejistas que participaram do projeto observaram aumentos de até 50% no ticket médio. “A experimentação ajudou o consumidor a entender o valor real dos nossos produtos”, disse. A empresa também investiu em conteúdo digital interativo, como realidade aumentada e vídeos explicativos para o e-commerce.

Escolhas do Editor

No segmento gamer, a Logitech se posiciona como líder global em acessórios. Rozenblit afirmou que esse público é altamente exigente e forma uma comunidade que recomenda marcas com base em desempenho real dos produtos. “Nos fóruns, os próprios consumidores dizem: ‘não caiam no barato, Logitech vale o investimento’”. Como diferencial, a marca aposta em recursos como áudio 7.1 (som surround com oito canais), customização por software e sensores de precisão. Além disso, desenvolveu tecnologias como o Scribe, que transforma quadros brancos em telas colaborativas, e sistemas de câmera com IA que identificam rostos em reuniões híbridas.

Atualmente, a Logitech atua em frentes diversas no Brasil, incluindo o varejo tradicional, o comércio eletrônico, a criação de conteúdo e o setor corporativo. A divisão B2B, por exemplo, atende empresas de pequeno, médio e grande portes, além de órgãos públicos. A empresa também inaugurou um showroom no bairro do Brooklin, em São Paulo, onde demonstra seus produtos voltados a videocolaboração. “Quando mostramos ao vivo o funcionamento, o cliente entende o diferencial e fecha negócio”, disse Rozenblit. A empresa mantém planos de crescimento contínuo, mas sem foco em volume de CNPJs: “Queremos trabalhar com os melhores, não com o maior número.”

A inovação segue como prioridade estratégica, com foco em inteligência artificial embarcada nos produtos. Utilizando IA, a Logitech já desenvolve soluções de cancelamento de ruído para produtos de áudio, enquadramento automático em vídeo e comandos personalizados. Enquanto isso, a companhia também aposta em lançamentos acessíveis, como o Magic Mouse 2, cujo preço caiu com a atualização. “Se a tecnologia permite redução de custo, repassamos esse ganho ao consumidor”, afirmou Rozenblit. Com um portfólio cada vez mais diversificado e uma abordagem voltada à experiência, Jairo disse haver novidades para 2025, mas não pode antecipar devido às obrigações legais da listagem em bolsa. Confira a entrevista.

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